Sagres em OFF
Rubens Salomão

Secretário de Governo em Goiás adota tom agressivo contra negacionismo bolsonarista

O governador Ronaldo Caiado (DEM) prefere manter as aparências de boa relação com Jair Bolsonaro ao manter o silêncio diante das últimas declarações negacionistas do presidente, que minimiza a gravidade da pandemia e critica medidas de isolamento, como as adotadas em Goiás nas últimas semanas.

No início da primeira onda, em abril de 2020, a postura do presidente causou o rompimento momentâneo e críticas públicas de Caiado. A partir desta segunda-feira (01), apenas atividades essenciais podem funcionar na região metropolitana de Goiânia e o presidente compartilhou no twitter notícia de sobre falta de leitos de UTI em Goiás em 2015 para alegar que o problema não é novo.

“A saúde no Brasil sempre teve seus problemas. A falta de UTIs era um deles e certamente um dos piores. HOJE, ao FECHAREM O COMÉRCIO e novamente te obrigar a FICAR EM CASA, vem o DESEMPREGO EM MASSA com consequências desastrosas para o país”, escreveu o presidente. Ainda no domingo, a resposta indireta veio pelo secretário de Governo de Ronaldo Caiado, o ex-deputado Ernesto Roller.

Na mesma rede, ele escreveu: “Salvar vidas é um dever cristão. Aceitar a morte é uma realidade inexorável. Banalizar a morte é um ato demoníaco”. Depois, o auxiliar foi ainda mais agressivo na resposta: “Use máscara, mantenha distanciamento e vacine-se (quando for sua vez). Fora disso você é um energúmeno e vá para a p*** que o pariu. Obrigado e desculpe a clareza”.

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Reivindicação

O deputado federal Francisco Júnior (PSD) faz “apelo às autoridades” para que liberem as atividades religiosas. A principal base eleitoral do parlamentar é relacionada à Igreja Católica e, segundo ele, missas deveriam ser continuadas “com todos os protocolos de segurança possíveis”.

Paralisação

Pelos decretos publicados em 19 municípios da região metropolitana de Goiânia, missas, cultos e celebrações ficam proibidos a partir desta segunda-feira (1), sendo permitidos apenas atendimentos individuais e ações filantrópicas das igrejas.

Para os goianos

O deputado estadual Delegado Eduardo Prado (DC) apresenta projeto de lei que determina ao Estado de Goiás a distribuição para os goianos de todas as vacinas adquiridas com recursos estaduais. O governador Ronaldo Caiado confirmou na última semana a intenção de entregar as vacinas ao Ministério da Saúde e que Goiás teria direito a apenas 3,3% dos imunizantes.

Embasamento

A proposta do deputado tem fundamento na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza estados, municípios e Distrito Federal a importar e distribuir vacinas contra a Covid-19, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Interpretação do deputado é de que o STF liberou atuação dos entes federados para suprir a incompetência do governo federal.

Para depois

O projeto de Eduardo Prado, no entanto, não será apresentado nesta semana. Isso porque a Assembleia Legislativa suspendeu todas as atividades a partir desta segunda-feira. Não serão realizadas sessões plenárias nem reuniões das Comissões, sejam remotas ou híbridas.

Critérios

A Alego informa que, caso necessário, poderão ser convocadas sessões extraordinárias, pelo sistema de deliberação remota. As demais atividades serão exercidas em regime de teletrabalho. Durante este período ficam suspensos os prazos nos processos administrativos, legislativos e de controle, exceto nos procedimentos licitatórios, cujos prazos correrão normalmente.

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