A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal ocorre de 1º a 8 de novembro segundo a Lei n.º 13.230/2015. O objetivo é conscientizar a população sobre a gravidade do câncer bucal e a importância do diagnóstico precoce. Esse tipo de câncer, também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, pode afetar as gengivas, bochechas, palato e língua. Pode levar a sérias complicações se não tratado a tempo.
De acordo com a dentista Camila de Freitas, a iniciativa cumpre dois papéis fundamentais. “Essa semana tem duas importâncias relevantes. Uma, e a principal delas, é com relação aos pacientes, para que eles possam fazer o seu autoexame, identificar alguma alteração de normalidade na sua cavidade bucal e procurar um cirurgião-dentista. A outra é especificamente para os colegas, para os profissionais de odontologia, para que eles sempre fiquem atentos no seu exame inicial e nos exames de rotina dos seus pacientes”, explica.
A orientação é que a população observe a presença de lesões, mudanças de cor ou volume que não cicatrizam dentro de uma semana. Esse são os primeiros sinais que podem indicar a necessidade de uma investigação mais detalhada.
Alguns sinais de alerta incluem feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas na boca, dor persistente, dificuldade para engolir e mudanças na voz. Esses sintomas necessitam de atenção, pois podem indicar a presença de câncer bucal.
Brasil
O Brasil possui um alto índice de câncer bucal, muito associado a fatores de risco como a exposição ao sol, o consumo de álcool e o tabagismo. A prevenção, no entanto, é simples, sendo esse o ponto central da Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal.
“Toda a população deve ficar atenta. A gente tem alguns fatores agressores que são o sol, o tabaco, o álcool, então são condições que requerem um cuidado maior”, adverte a especialista. A campanha busca lembrar que esses fatores aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer bucal e que um acompanhamento regular com profissionais pode evitar o avanço da doença.
A prevenção é fundamental e envolve manter uma boa higiene bucal, realizar visitas periódicas ao dentista, evitar tabaco e consumo excessivo de álcool, além de seguir uma dieta balanceada e rica em nutrientes. No Brasil, o câncer bucal é um dos tipos de câncer mais comuns, principalmente entre homens com mais de 40 anos. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que cerca de 15.100 novos casos devem surgir a cada ano entre 2023 e 2025.
Acesso a tratamento e exames preventivos: um desafio para muitos
Um dos principais desafios no combate ao câncer bucal é garantir o acesso da população aos exames preventivos e tratamentos necessários. No entanto, Camila de Freitas mencionou que muitas faculdades de odontologia oferecem suporte gratuito para a população.
“Na maioria das faculdades de odontologia, já existem ligas de saúde bucal e de prevenção de doenças bucais, em que a questão do câncer bucal é discutida com estudantes em formação. Na Universidade Federal de Goiás, por exemplo, temos centros especializados em diagnóstico precoce”, explicou.
“Pacientes que não têm condições financeiras de buscar atendimento particular podem procurar as universidades, onde são realizados exames como coleta de biópsias e acompanhamento desses pacientes.”
Alimentação saudável e higiene bucal: um papel preventivo
Outro ponto importante na prevenção ao câncer bucal é a adoção de uma dieta equilibrada e rica em nutrientes. “Uma alimentação saudável ajuda não apenas na prevenção do câncer bucal, mas também de várias outras doenças sistêmicas, incluindo problemas no trato gastrointestinal”, disse a especialista.
A especialista também abordou o papel da higiene bucal, embora tenha esclarecido que a escovação regular, por si só, não previne o câncer bucal.
“Não há uma relação causal entre higiene bucal e o desenvolvimento de câncer bucal, mas manter a boca limpa ajuda o paciente a identificar qualquer anormalidade, como manchas ou lesões, durante o processo de escovação”, explicou. “A higiene bucal é essencial para prevenir outras doenças inflamatórias e infecciosas.”
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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