O Ministério da Educação (MEC) realizou, na terça-feira (14) e quarta-feira (15), o seminário “Alfabetização no Brasil: marcos pedagógicos, avaliação e acompanhamento da aprendizagem”. O evento foi realizado na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Contou com a presença de professores, pesquisadores e entidades de classe.
O objetivo do encontro foi debater com representantes da comunidade escolar a respeito dos melhores caminhos para alfabetizar as crianças brasileiras. Além disso, sobre o aperfeiçoamento dos indicadores de resultados da aprendizagem e, assim, conseguir diminuir as desigualdades de ensino no país.
Debate sobre alfabetização
Uma das principais discussões do seminário foi como diminuir o déficit educacional no ensino público brasileiro, principalmente, nas séries iniciais do ensino fundamental. Segundo a secretária Izolda Cela, essa é uma meta da gestão.
“A nossa tarefa é de dizer, neste país, o que é que uma criança ao final dos sete anos, de forma padrão, o que é que ela é capaz de fazer, quais são as suas competências, como ela se desempenha com relação à questão da leitura e da escrita, só que para perseguir isso temos que ter uma ação sistêmica”, frisou.
Para Izolda Cela, a escola não é a ponta, mas sim o centro da execução de políticas públicas. “Como a gente faz com que uma escola seja competente pra garantir o sucesso de todas as suas turmas? Como a gente faz para apoiar e garantir que uma secretaria municipal seja capaz de garantir o sucesso de todas as suas escolas? É pensar nessa lógica de que esses espaços têm tarefa de gestão que envolvem diversas políticas”.
A secretária da Educação Básica, Kátia Schweickardt, enfatiza que é preciso um regime de colaboração entre União, estados e municípios.
“A gente não quer fazer alguma coisa que se imponha às realidades, mas a gente quer, nesses processos de escuta, para construir a política, poder apoiar as boas iniciativas e pactuar métricas para que a gente possa ir entendendo como essas crianças estão desenvolvendo os seus processos cognitivos”.
Kátia acredita que o seminário foi o primeiro passo de uma série de rodas de conversa que devem acontecer entre a gestão federal e a comunidade escolar para que todos juntos construam um novo plano de educação no Brasil.
Políticas públicas na educação
Diversos professores e pesquisadores contribuíram para as discussões no primeiro dia de seminário, um deles é professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, Chico Soares. Especialista em avaliação educacional, ele aponta os indicadores de resultados fundamentais para a construção de políticas públicas.
“O meu olhar é específico, que é de verificar qual é o instrumento mais adequado para saber se a criança está ou não alfabetizada, porque a forma de verificar ela vai pautar o ensino, então a gente está aqui reunido, para ouvir as pessoas, para que a gente possa desenhar bons instrumentos que ajudem na alfabetização”.
A professora da faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, Hilda Linhares, lembrou, ainda, do impacto da pandemia da Covid-19 no aprendizado dos estudantes, o que, segundo ela, exige ainda mais esforço por uma frente em prol da alfabetização.
“Eu acho que é muito importante nós considerarmos o contexto pós-pandemia, de retorno das escolas, após o período de distanciamento social, que trouxe desafios muito significativos para o campo da alfabetização, que já era um campo merecedor de atenção especial por parte das políticas públicas”.
*Com informações da Comunicação do MEC
*Esse conteúdo está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 04 – Educação de qualidade
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