O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET), Adriano Oliveira, disse à Sagres 730 nesta quarta-feira (20) que entre os meses de março e abril as empresas de transporte coletivo tiveram um prejuízo operacional de R$ 23,5 milhões. “Esse é o prejuízo operacional, não estamos falando de margem de lucro, de remuneração de capital, de contingentes, nem mesmo de pagamento de passivos, simplesmente o custo da operação deduzido na receita que teve nesse período”.

Adriano Oliveira afirmou que no mês de abril houve uma melhora, porém considerada irrisória. No mês de abril houve uma queda de aproximadamente 75% no número de passageiros, neste mês estabilizou na faixa de 70%. “Isso deve representar aproximadamente R$ 16 milhões de prejuízo operacional, e as empresas, infelizmente, não conseguem seguir em frente se não haver uma solução”.

Com isso, o SET solicitou uma liminar para buscar apoio do poder público para a manutenção dos serviços de transporte público coletivo. O sindicato argumentava que algumas empresas já não possuíam mais recursos para pagamento de óleo diesel. Um dos argumentos do sindicato baseia-se na impossibilidade de cumprimento do contrato de concessão.

Segundo Adriano Oliveira, o intuito não foi de confrontar com o poder público, mas sim encontrar um entendimento entre as empresas e o setor, que “são os responsáveis pelo transporte, que é um serviço público essencial”, e a partir disso, construir um formato para atender a demanda no momento de pandemia. “Temos uma interlocução com o poder público, e isso me leva a crer que nós teremos oportunidade, com envolvimento de todos”.

A justiça determinou que CMTC apresentasse um plano emergencial para transporte coletivo na região metropolitana de custeio de folhas de pagamento e aquisições de óleo diesel. Porém, a pedido da Procuradoria Geral do Município de Goiânia (PGM), o Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a liminar do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). A PGM argumentou que a ação representava grave lesão à ordem, à economia e à saúde pública, entendendo que em meio a um estado de calamidade pública, há declínio da atividade econômica e substancial queda na arrecadação pública municipal.

Uma das soluções propostas pela Prefeitura de Goiânia ao SET, foi a viabilização de um empréstimo de R$ 100 milhões às empresas de transporte coletivo na Capital. O objetivo é garantir a viabilidade do sistema diante do impacto socioeconômico da pandemia provocada pelo Coronavírus (Covid-19). As tratativas são realizadas pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) junto à Agência de Fomento de Goiás (Goiás Fomento), organismo criado pelo Governo do Estado para concessão de financiamento com foco no desenvolvimento e na redução das desigualdades sociais e regionais.

Segundo o presidente do sindicado a ideia é positiva, porém ainda não tiveram uma conversa objetiva para entender a proposta. “Fomos informados dessa proposta na quinta-feira pela CMTC, na sexta-feira a própria CMTC manifestou no processo, mas ainda a gente não teve nenhuma conversa”, disse. “Estamos aguardando um essa reunião para ter acesso as informações e assim poder opinar melhor se será ou não uma solução para o sistema”.