Após o anúncio do governo federal de reajuste de 33,24% no piso dos professores da Educação Básica, lideranças políticas e sindicais começaram a manifestar posição contra ou a favor. Em entrevista à Sagres TV, nesta terça-feira (8), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirmou que irá cobrar, durante todo o mês de fevereiro, do Estado de Goiás e dos municípios goianos o cumprimento da nova Lei.

“Estamos insistindo por uma audiência com o governo Caiado, com o prefeito Rogério Cruz que, efetivamente, até o momento não disse ao Sintego se vai ou não pagar. Estamos insistindo porque a Lei do Piso diz que o reajuste é a partir de janeiro. Vamos conversar individualmente com cada prefeito”, afirmou.

Caso a conversa não caminhe como o esperado pelo Sindicato, a partir de março serão iniciadas mobilizações, com chamamento para assembleias. Questionada sobre a possibilidade de paralisação, Bia de Lima descartou a hipótese. “Não temos o interesse de ir a greve. Nosso interesse é fazer com que os professores tenham seu direito resguardado”, disse.

Para a presidente, os prefeitos não podem argumentar que não têm dinheiro para conceder o reajuste. “Já estão recebendo em cima dos novos percentuais o valor por aluno e também por conta da elevação da receita e das mudanças que o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica] garantiu mais investimentos para a educação”, alegou a presidente.

Em relação à fala do presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), Haroldo Naves, Bia de Lima argumentou que “é uma tentativa para ganhar tempo”. Segundo a presidente, todos os prefeitos sabem que a Lei do Piso deve ser aplicada por Estados e municípios. “Nós ganhamos no Supremo [Tribunal Federal] a decisão de que a Lei do Piso está em vigor”, reforçou.

No entanto, a expectativa é de que o reajuste seja judicializado “em último caso”. “Senão, três anos se vão, outro prefeito assume e só fica falando que o anterior deveria ter pago”, reiterou.

Assista à entrevista na íntegra:

Suspensão de aulas

Nas últimas semanas alguns Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) de Goiânia tiveram as aulas suspensas por conta de pessoas positivas para Covid-19. Sobre o assunto, Bia de Lima destacou que se reuniu com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para adoção de algumas medidas.

Entre elas estão: mulheres gestantes devem continuar trabalhando em home office durante o mês de fevereiro; realização de testagem nas escolas para professores e estudantes; e que o profissional suspeito ou confirmado para Covid-19 continue o trabalho em casa.

“Fomos até pressionados para pedir a suspensão de toda a rede. Nós não fizemos isso por todos os aspectos que a sociedade, principalmente as mães trabalhadoras, precisa de ter um lugar para levar seu filho. Sabemos que é no Cmei que a mãe encontra essa possibilidade de deixar seu filho e ter tranquilidade”, garantiu.

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