O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou o maior número de focos de incêndio no país, só no mês de agosto foram 29.307 pontos de 1° a 31 de Agosto. As queimadas representam prejuízo à flora e fauna. Regiões como o Pantanal e o Cerrado estão entre as que mais sofrem nesta época do ano.

Nesta edição do Debate Super Sábado, a Sagres 730 recebeu a advogada, mestre em Direito e doutora em Ciências Ambientais Luciane Martins de Araújo, a diretora Executiva da ONG Ampara Silvestre Raquel Facuri, o gerente do Centro de Informações Meteorológica de Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, e o tenente do Corpo de Bombeiro Militar de Goiás, Thyago Rodrigues de Oliveira.

“[As chuvas] Com certeza amenizaram porque as chuvas propiciam o aumento da umidade, elas diminuem um pouco a temperatura, só que foram chuvas muito esparsas”, avalia Rodrigues.

Além da devastação da vegetação, as queimadas prejudicam a qualidade do ar, como ocorreu em Goiânia em função do fogo que atingiu o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (Peamp).

“Estamos com a qualidade do ar ruim, ele deu uma melhorada saindo do inadequado e voltou para o regular, e para os próximos dias não temos diagnóstico de chuvas”, afirma.

Segundo Inpe, a seca na América do Sul levou o aumento de 200% nas queimadas do Pantanal brasileiro. A situação na região é crítica, porque não há equipes suficientes para combater as chamas, como relata a diretora da ONG Ampara Silvestre, Raquel Facuri.

“A situação não é fácil, a gente tem mais ou menos 10 mil focos de incêndio no local e a gente tem algumas questões relacionadas ao estado que são bem difíceis. A gente não tem brigadas de incêndio no Mato Grosso”.

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Jorge @jorgesalomaojr fala sobre o resgate de uma jaguatirica que teve as quatro patinhas queimadas, perdeu muito tecido, tendões, não seria possível recuperar os membros deste animal, essenciais para sua sobrevivência na floresta. Infelizmente ele precisou ser eutanasiada. Essa é a realidade de muitos animais hoje no Pantanal. Mas com a ajuda de vocês estamos conseguindo minimizar este impacto negativo e ajudar muitos animais que tem chances de continuar sobrevivendo, a serem cuidados e poderem retornar suas vidas recuperados. Como podemos mudar essa situação? AMPARA Animal|Silvestre graças a sua ajuda e doação, está permanentemente instalada e trabalhando no resgate de animais silvestres no Pantanal. Agradecemos imensamente cada ajuda: seja de compartilhamentos ou de doações em dinheiro. Sem vocês não iríamos conseguir dar suporte aos animais resgatados. E seguiremos na procura de mais sobreviventes. Continuem compartilhando e doando. COMO AJUDAR? Acessando o link na nossa Bio e faça a sua doação! Seguimos juntos nessa missão em ajudar os animais silvestres! Imagens: @leite.fi @brunalucheze e @ernanelojr Edição: @stella.ditt #amparasilvestre #amparanimal #pantanalemchamas #todospelopantanal #somostodospantanal #somostodossilvestres #emdefesadosanimais #protecaoanimal #sospantanal

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Segundo Facuri, 2020 possui o pior cenário de queimadas nos últimos dez anos. Estudos apontam que 95% dos produtores rurais que são registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) não promoveram nenhum foco de calor em suas propriedades. A advogada Luciane Martins de Araújo aponta as dificuldades para identificar os autores.

“Pega-se fogo muito fácil, e é muito difícil de acompanhar até por conta das extensões envolvidas. O trabalho que tem sido feito pela Policia Federal na investigação, eles já detectaram alguns proprietários rurais no pantanal que começaram esses incêndios”.

Luciane Araújo relembra ainda do incêndio na chapadas dos Veadeiros que pode ser uma questão orquestral, além de secas mais intensas na nossa região podem ser o motivo dos focos. Ela conclui dizendo que todas investigações feita pela policia tem sido bem feita, e acredita chegar nos principais responsáveis.

Segundo Inpe, ate o meio desse ano houve um aumento de 12,18% nas queimadas no Brasil em comparação  com o mesmo período do ano passado. Imagens de satélite identificaram 131.047 focos antes do 116.818 em igual intervalo de 2019. Os focos no Brasil são de 38%,8%, e o bioma mais afetado é a Amazônia, com 44.8% seguida pelo Cerrado com 29,4% a Caatinga com 8,4% a Mata Atlântica com 5,0% e o Pampa com 0,4% dados do INPE dos dias 23 e 24 de Setembro de 2020.

Goiás

O Cimehgo publicou no ultimo domingo (20) o boletim sobre as queimadas no estado de Goiás. Entre as regiões monitoradas, o destaque fica para a região Sudoeste que apresentou, do dia 14 a 20 de setembro, 139 focos de incêndio. Segundo André Amorim, só deve voltar a chover no estado a partir da segunda quinzena de outubro.