A vacina contra a Covid-19 já foi aprovada em alguns lugares do mundo, como no Reino Unido, Indonésia e Turquia. O governo brasileiro também está se movimentando para iniciar uma campanha de vacinação. Um exemplo é o governo de São Paulo que já anunciou que vai iniciar as vacinações no estado em 25 de janeiro do próximo ano.

Para falar sobre o assunto, o Debate Super Sábado #222 conversou com o médico e presidente do Comitê de Saúde e Epidemiológico – CASAG OAB, Alexandre Richter, e o infectologista e professor da Universidade Santo Amaro – Unisa, Marco Antônio Iatzzetti.

Qual a situação do Brasil?

Segundo Marco Antônio, ainda é o início da vacinação em alguns lugares do mundo, no Brasil ainda não há nenhuma vacina disponível. “Elas vão requerer as aprovações, que eu acho que vão ser dadas, uma vez que a gente confia bastante no Instituto Butantan, na Fiocruz, acho que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também não vai ter nenhum problema. E ai a vacinação provavelmente vai se iniciar”, afirma o infectologista.

Obrigatoriedade da vacina

Para Alexandre, a vacinação contra a covid-19 não deve ser obrigatória, mas sim conscientizada sobre a importância da imunização. “Isso é levantado porque nós estamos tratando de uma doença infecciosa, de uma pandemia, em que o coronavírus tem uma letalidade muito expressiva. No entanto, é importante salientar para população o quão importante é a vacina para imunização. E não obrigar a sociedade a fazê-la a revelia”, afirma Richter.

Marco Antônio, segue a mesma linha de pensamento que Alexandre e diz: “Nós temos milhares de vacinas e nós aplicamos elas desde sempre, ninguém é obrigado, nós temos que convencer a população, orientar e esclarecer da importância da vacinação, não só do coronavírus como de outras doenças”, completou.

Ele ainda diz que não se deve ter viés político se tratando desse assunto e que “obrigar o cidadão a receber a vacina é extremamente complexo e complicado”.

Expectativas para o pós-vacina

“A partir do momento que você começa a vacinar a população, o que a gente espera é que o nível de circulação do vírus caia. Se o indivíduo vacinado entra em contato com o vírus o que vai acontecer é que ele vai formar os anticorpos e não vai apresentar a doença. Porém, é muito cedo ainda para se avaliar se ele vai ser um portador que possa transmitir a doença”, afirma o infectologista e professor da Unisa, Marco Antônio Iatzzetti.

“A imunização de rebanho passa a ser benevolente a partir do momento que mais de 60% da população, já em contato com o vírus, leva com que tenhamos grande parte da população protegida. No entanto, com a vacinação nós não podemos reiniciar a vida como era antes, porque é uma vacina nova, uma experiência nova”, afirma Alexandre Richter.

Emily Fernandes é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceira com o IPHAC e com a Faculdade Sul-Americana (FASAM), sob supervisão da jornalista Letícia Martins.