O secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, contou em entrevista à Sagres que a cidade tem tido aumento no índice de positivados para a Covid-19 nas últimas semanas. Segundo o secretário, o percentual chegou a abaixar para 17% após o fim da segunda onda, mas hoje já está em 26%, ou seja, a cada 100 testados, 26 estão com a doença.

“No pico da primeira onda, teve em torno 34% de positivados, enquanto no pico da segunda, chegamos a 40%. Isso veio caindo até a segunda quinzena de maio, parou de cair e aumentou um pouco esse número. Por isso temos estimulado a testagem, porque através dela eu faço dois mecanismos importantes de combate à pandemia: primeiro eu tenho um retrato fiel do que está acontecendo no município, segundo eu quebro a cadeia de transmissão, porque isolo o infectado”.

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Alessandro explicou que ainda não é possível determinar se a cidade vive uma terceira onda, mas que o crescimento no número de casos e mortes diárias podem apontar para essa nova onda. “O que eu posso afirmar claramente é que a gente parou de cair. Mas só poderei dizer com certeza se há uma terceira onda daqui a 15, 20 dias, quando a gente olhar os números atuais”.

Até a última quinta-feira (24), a cidade na Região Metropolitana registrava cerca de 160 casos ao dia de Covid-19, mas no final de semana, esse número subiu para 215 registros. O número de óbitos também teve aumento, saindo de quatro mortes diárias para seis.

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O sequenciamento genômico conduzido pela Prefeitura de Aparecida revelou que até o momento, a predominância dos casos ainda ocorre em função da cepa P1, mas que uma variação dessa própria cepa, a P1.2 começou a aparecer na cidade. “A variante P1.2 tem poucos casos relatados no Brasil e não tem uma avaliação se ela é mais transmissível que a P1 ou mais agressiva”.

Considerando que essa nova variante pode ser responsável pela oscilação para cima dos casos e mortes em Aparecida de Goiânia, a equipe de saúde da cidade tem agenda para discutir o cenário da pandemia na região com profissionais da Fiocruz.

Apesar do crescimento, o secretário explicou que não há mudança no mapa de escalonamento da cidade. Hoje no cenário verde, Aparecida tem regras mais brandas. “A gente está com o cenário oscilando, tem dias que aparece no verde e tem dias que aparece no amarelo. No entanto, ela não estabilizou três dias no amarelo. Se ela estabilizar três dias, a gente muda o risco e sinaliza que precisamos de mais atenção da sociedade”.

Mudança no perfil dos internados

O secretário detalhou que antes, durante a primeira e a segunda onda, 74% dos internados tinha mais de 60 anos, enquanto 26% estavam abaixo dessa faixa etária. Agora, neste novo cenário, 63% tem acima de 60 anos, enquanto 37% tem de 30 a 59 anos.”

“A gente percebeu um deslocamento principalmente de internações inicialmente. Ou seja, hoje dois terços dos internados têm menos de 59 anos e houve mudança também quanto aos óbitos, saindo da faixa etária de 60 anos para os pacientes mais jovens”, declarou Alessandro, que ainda afirmou que conforme as vacinas atingem os grupos, diminuem o número de vítimas.