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A defesa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) divulgou nova nota no final da tarde desta quarta-feira (10) sobre a prisão do ex-governador na Operação Cash Delivery, e entrou com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). 

No documento, a defesa afirma que Marconi foi “surpreendido” com o decreto de prisão enquanto prestava depoimento na sede da Polícia Federal na tarde de hoje (10), e que “nenhum fato novo surgiu que justificasse” a detenção. 

Acrescentou ainda que é “evidente que toda e qualquer pessoa pode ser investigada, ninguém está acima da lei, mas a prisão por fatos pretensamente ocorridos em 2010 e 2014 é teratológica”. 

No entanto, também na nota, a mesma defesa reconheceu que “Polícia Federal agiu com serenidade e profissionalismo e os direitos do Marconi foram preservados”. 

A Operação Cash Delivery investiga possíveis repasses de propina a Marconi Perillo e aliados por parte da construtora Odebrecht nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. cerca de R$ 12 milhões. 

Na mesma operação, foram presos no dia 28 de setembro o ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón, o filho dele, Rodrigo Rincón, dois motoristas e um empresário. Os dois primeiros já foram soltos uma semana depois, no dia 5 de setembro. 

Marconi não foi detido antes por conta da lei eleitoral que não permite a reclusão de candidatos nos 15 dias que antecedem o pleito nem 2 dias depois, e a própria defesa do ex-governador pediu que ele prestasse depoimento somente após a votação do dia 7 de outubro. 

Ainda na nota, a defesa do ex-governador afirma que “assim como o TRF ja concedeu liberdade a outros investigados, afastando o equivocado argumento de necessidade de prisão nesse momento, a defesa acredita na altivez e independência do tribunal, para que a Justiça seja resgatada”. 

Leia a nota da defesa de Marconi Perillo na íntegra, enviada pelo advogado do ex-governador, Antônio Carlos Almeida de Castro, o Kakay: 

“Marconi Perillo acaba de prestar longo depoimento enfrentando absolutamente todos os pontos que a Polícia Federal indagou. Ele estava na sede da PF para prestar depoimento quando foi surpreendido com o decreto de prisão. Nenhum fato novo surgiu que justificasse esta prisão. A Policia Federal agiu com serenidade e profissionalismo e os direitos do Marconi foram preservados. Ele se encontra na sede da Polícia Federal.Mesmo considerando injusta a prisão, ele resolveu prosseguir no depoimento pois tem certeza de que não praticou nenhum ato ilícito. Entende a defesa tecnica que tudo foi satisfatoriamente esclarecido. É evidente que toda e qualquer pessoa pode ser investigada, ninguém esta acima da lei, mas a prisão por fatos pretensamente ocorridos em 2010 e 2014 é teratológica, não encontra amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal. Vivemos um momento punitivo e de criminalização da atividade política. Esta tensão desnecessária não faz bem para a estabilidade democrática. A Defesa acredita que, assim como o TRF ja concedeu liberdade a outros investigados, afastando o equivocado argumento de necessidade de prisão nesse momento, a defesa acredita na altivez e independência do tribunal, para que a Justiça seja resgatada. KAKAY”.