O levantamento inédito do MapBiomas sobre os territórios quilombolas no Brasil mostra que eles estão entre as áreas que mais preservam a vegetação nativa do Brasil. No oitavo estudo sobre o uso da terra no Brasil, o MapBiomas observa que o desmatamento em terras quilombolas foi de 4,7% entre 1985 a 2022. A perda de vegetação nativa em áreas privadas foi de 25% em áreas privadas no mesmo período.

O Brasil tem 494 áreas quilombolas, que ocupam 0,5% do território nacional (3,8 milhões de hectares). Desta forma, os dados do Censo 2023 do IBGE indicam que 30% já estão titulados e 70% são territórios em processo de titulação. Considerando as duas categorias, os quilombolas mantêm 3,4 milhões de hectares com vegetação nativa do país, ou seja, 0,6% do território nacional.

As áreas em processo de titulação perderam mais vegetação nativa no período de 38 anos. Então, o percentual foi de 5,5%, contra 3,2% não conservados nos territórios já titulados. 

Territórios quilombolas por biomas

Dos 494 territórios quilombolas brasileiros, 181 ficam na Amazônia. Em seguida na Mata Atlântica (136), Caatinga (94), Cerrado (63) e Pampa (20). Assim, a Amazônia concentra a maior parte das áreas quilombolas preservadas, sendo 73% delas. O Cerrado possui 12% no percentual, seguido da Caatinga com 10%.

Apesar de ser o terceiro bioma com o maior percentual de áreas preservadas, a Caatinga foi o que mais perdeu vegetação nativa (72,6 mil hectares). Amazônia e Cerrado completam o pódio negativo, com  58,4 mil hectares e 36,7 mil hectares, respectivamente. Em situação oposta aos demais biomas, a Mata Atlântica ganhou 7,8 mil hectares de vegetação nativa em seus territórios quilombolas.

O estudo sobre a cobertura de vegetação nativa dos territórios quilombolas é inédito, mas já é conhecido que os territórios indígenas mantêm 19% de vegetação nativa do Brasil e perdeu apenas 1% no período do levantamento sobre os quilombolas. Os territórios indígenas são 13% do território nacional. 

Desta forma, ao lados dos indígenas, o MapBiomas aponta que os territórios quilombolas estão entre as áreas que mais preservam a vegetação nativa do Brasil.

Confira os dados:

Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis e o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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