Um caso, principalmente quando é polêmico, sempre tem dois lados, e no caso da saída do goleiro Toni do Vila Nova pela porta dos fundos, com uma ação na Justiça, também é assim. Depois do Vila Nova falar, através do diretor de futebol, Roni, foi a vez do ponto central do caso desabafar. Toni participou do programa Debates Esportivos nesta sexta-feira (18) e disparou contra a diretoria colorada, apontando a bagunça interna do clube e explicando os motivos de ter tomado tal atitude.

Em pouco mais de 17 minutos de participação, Toni destacou que não foi influenciado por ninguém e que já vinha insatisfeito no Vila, tendo pedido até para ser emprestado a outro clube. O goleiro explicou que procurou o banco e conferiu que o Vila não pagava o FGTS há 10 meses, tempo mais que suficiente para uma rescisão unilateral. O goleiro explicou todos o procedimento.

“Quando eu voltei de férias, eu pedi para ser emprestado, eles disseram que iam procurar clube e ficaram me enrolando, não falaram mais nada. Treinei normal, mas não estava satisfeito, aí eu fui atrás, eu corri atrás de advogado, de tudo pra ver os meus direitos. Eles não depositam FGTS, o último deposito aconteceu em Agosto de 2013. Aí o presidente quer chegar e falar que tá tudo certo? Ele tinha, pelo menos, que falar a verdade, não ficar enganando a torcida”, disparou.

ToniVila leoiranO goleiro destacou que não tem empresário, não tem nenhum acordo com o ex-empresário e hoje diretor de futebol do Vila, Roni, e que já foi procurado por alguns treinadores de outros clubes para assinar um novo vínculo. Questionado quem é o advogado que defende seus direitos, Toni preferiu não revelar, mas destacou que procurou Marcos Egídio, advogado do Atlético, que indicou outro profissional. O goleiro destacou que não existe nenhuma chance de voltar atrás.

“Eu sou homem de uma palavra só e quando eu tomo uma decisão, eu não volto atrás”

Bagunça geral

“Eu não vou ficar o resto da minha vida no Vila Nova, uma hora eu vou ter que sair. Eu não queria sair dessa forma, mas infelizmente, o que está acontecendo no Vila não é normal, tá tudo bagunçado e não sou eu que estou falando, é todo mundo. O torcedor pode achar ruim, diretoria pode achar ruim, mas é o que está acontecendo, isso é a realidade”

“Você vai no Departamento Financeiro pra conversar com alguém, eles só vão passando pro próximo. Aí você vai perguntar, por exemplo, sobre salário, eles falam ‘Amanha… amanhã’. Chega no outro dia e eles falam ‘Amanhã’. Isso eu já cansei de ouvir. Eles tinham de dar uma resposta e falar que era tal dia e cumprir, mas eles falam tal dia e ficam com ‘amanhã, amanhã’. Todo mundo lá já cansou de ouvir esse ‘amanhã’ do Vila Nova”

Titular em meio ao caos

“Eu não sabia que a ação ia sair na segunda-feira, eu procurei a Justiça na semana passada, mas o advogado não me falou quando que seria protocolado. Eu não sabia, fui pra o jogo sem saber. Depois que eu saí do jogo foi que me o advogado me ligou e falou. Muitos tem falado que eu fui pro jogo, não poderia fazer isso, que a culpa do gol foi eu que quis sacanear, e isso não existe, cara. Eu sou profissional, vou manchar minha carreira por causa disso?

Vila: um atraso

“Eu queria falar pra torcida que eles tem que ver que eu preciso seguir minha carreira, não posso ficar em um clube que só vai atrasar minha carreira profissional. Eu sou novo, preciso crescer. Eu só tenho a agradecer a essa torcida do Vila, estão passando por um momento difícil. Creio que tem uns que não gostam da minha pessoa, não gostam do meu futebol, mas eu não sou Deus pra agradar todo mundo”