O Secretário de Estado do Governo de Goiás, Ernesto Roller, afirmou em entrevista à Sagres que o posicionamento do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) sobre a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) é de “espirito pequeno, uma política pequena e a mais rasteira que pode acontecer”. A declaração é uma resposta para as falas de Vitor Hugo, que tem colocado em cheque a transparência do governo de Goiás em relação ao processo.

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“Toda a parte técnica e jurídica foi ultrapassada [para adesão ao RRF] e nós fomos surpreendidos por posicionamentos lançando dúvidas sobre algo onde não existe dúvida. Isto é, politizando o tema. A ação do deputado federal Vitor Hugo, no meu entendimento, trabalha contra o interesse do Estado”, declarou o secretário.

Desde a última quinta-feira (16), quando o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), disse em live que esperaria um pouco mais para assinar a adesão de Goiás ao RRF, os lados interessados na assinatura ou não assinatura do Regime têm se manifestado. Na live, o presidente politizou o tema e chegou a apontar que o pedido para entrada no RRF teria algo a ver com as medidas de restrição tomadas para contenção da Covid-19.

Bolsonaro e Vitor Hugo na live realizada na última quinta-feira (16/12)

Em entrevista à Sagres, Vitor Hugo reconheceu que a crise fiscal é anterior à pandemia, mas afirmou que as ações de Caiado pioraram o quadro do Estado. Ernesto Roller disse que essa postura ocorre em função do interesse do deputado em ser governador e avaliou “com tristeza, pois na política, pode fazer oposição ao governo, a projetos políticos, mas não ao Estado”.

“Trabalhar contra o Regime de Recuperação Fiscal e sua homologação não é trabalhar contra Ronaldo Caiado, é trabalhar contra o goiano, contra o cidadão que verá colapsadas as condições financeiras e econômicas do Estado de fazer frente às suas demandas, aos serviços públicos, ao pagamento de folha”, ressaltou o secretário de Governo.

A informação, repassada ao presidente, sobre uma possível responsabilização do governo federal, em caso de medidas impopulares também foi um um ponto abordado por Ernesto Roller. O secretário confirmou a afirmação de Caiado, de que não há risco de nenhuma transferência de responsabilidade pelo que acontecer em Goiás após a assinatura do RRF.

“Na política, às vezes, para justificar uma atitude injustificável, procura-se um argumento. Ao invés de dizer: ‘olha, nós não queremos a solução do problema econômico do Estado de Goiás, porque nós somos contra o governador’, diz que Caiado vai culpabilizar o presidente”, alegou Ernesto, que ainda afirmou que “é possível discordar desse ou daquele posicionamento do governador, mas nunca dizer que ele terceirizou o posicionamento dele”.

Para o secretário, diante da proximidade de Vitor Hugo com Bolsonaro, basta o deputado pedir para o presidente “deixar a disputa política para 2022 e cumprir com o compromisso com o Estado” que o presidente assinará a adesão ao RRF. “E aí Goiás terá essa etapa ultrapassada, podendo começar o ano novo com vida nova, novas esperanças e realidades, transformando positivamente a vida da população goiana. Fazer diferente disso será agir contra o povo do Estado de Goiás”, enfatizou Ernesto.

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