Ter a oportunidade de voltar a se estabelecer na sociedade, e poder dar a oportunidade de uma vida melhor a seus filhos. Este é o pensamento de qualquer mãe ou pai de uma pessoa portadora de qualquer tipo de deficiência.

Isso já é realidade, porque um projeto desenvolvido pela FAEG/Senar Goiás  e os sindicatos rurais além de parceria locais tem sido fundamento para o desenvolvimento das pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental. Se trata do programa de Equoterapia que tem atendido muitas famílias goianas, onde só em 2013, segundo dados da FAEG atendeu 1.058 crianças e adultos em 36 municípios do Estado.

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“É uma terapia muito boa. Não estou tremendo. Estou colocando água na minha garrafinha e não derramo”. Essa frase foi dita por Thalisson Braga, de  apenas 11 anos, ele que nasceu com deficiência motora fina e grossa e faz Equoterapia, na cidade de Anápolis já a três meses.

A deficiência motora grossa é quando a pessoa tem problemas como pular, correr e chutar. Já a fina está relacionada aos movimentos das mãos e dedos, e a pessoa tem problemas na escrita, na preensão de objetos e entre outros.

Fabiana Santana, mãe de Thalisson ressalta o quanto ele melhorou após realizar este tratamento. “Ele melhorou muito. Evoluiu muito, ele era uma criança mais pacata, mais tímida. Agora ele já consegue comunicar e conversar. Então, ele se sociabiliza bem melhor”, disse. 

Segundo Fabiana, outros tratamentos foram tentados, para melhorar a qualidade de vida de Thalisson desde os 2 anos de idade, mas o que teve maior efeito foi a Equoterapia.

“Tem vários profissionais que já passamos, mas para ele (Thalisson) o que mais o ajudou a desenvolver foi a equoterapia. Porque ela mexe muito com todo o movimento do corpo, então é o movimento do corpo sendo estimulado. Aonde ele (Thalisson)  tem atraso, ele vai sendo estimulando para melhorar, por isso que e muito importante para toda criança que é especial”, explicou.

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(Foto: Dep. Arte Portal730)

O Senar Goiás criou essa metodologia, que utiliza o cavalo como fonte de terapia para portadores de necessidades especiais ou de alguma deficiência, seja educacional, psicológica ou motora para gerar benefícios sociais, biológicos e psicológicos. E que tem sido reproduzido em mais de 40 municípios no Estado de Goiás.

Samantha Leandro Andrade, coordenadora interina de Equoterapia do Senar Goiás, destaca o Sindicato rural de Anápolis que realiza este projeto em parceria com a instituição e os benefícios que está pratica trás para seus praticantes.

“Eu poderia citar por exemplo, o sindicato rural de Anápolis, que é nosso parceiro na realização desse programa frente ao público alvo que é o portador de necessidades especial, física ou motora. Lá temos algumas crianças com paralisia cerebral, paralisia infantil, algumas com autismo, onde vemos uma melhora nítida. Onde os praticantes que são essas crianças com deficiência a um período de curto e médio prazo já evoluem de forma significativa através de seus familiares”, comentou.

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Samantha Leandro Andrade, coordenadora interina de Equoterapia do Senar Goiás tem a expectativa de que o projeto cresça ainda mais em 2015 (Foto: Larissa Melo)

A coordenador do projeto ressalta a importância da pratica desse trabalho junto as crianças com deficiência. “Podemos citar o autismo, em que ele (pessoas especiais) no primeiro momento não aceita aquela condição por ser muito fechada. E após o contato com o cavalo acaba se comunicando melhor, se portando melhor e tendo uma postura melhor após um determinado tempo, e inclusive se locomovendo melhor”.

Por se assemelhar ao hipismo, pratica utilizada em esporte olímpico é parecer caro. Talvez muitas pessoas não busquem este tratamento. Mas poucos devem saber é que este tratamento é gratuito. E Samantha Leandro, explica que através de parceria este trabalho pode ser desenvolvido.

“O Senar Goiás trabalha nessa frente voltadas para área do campo de forma gratuita. E através dessa gratuidade nós estabelece algumas parcerias. E essas parcerias são geralmente sindicatos rurais, sindicatos dos trabalhadores , associações, cooperativas e as vezes prefeituras. O que pedimos na verdade é para que sejam patrocinadores desse projeto. Muitas das vezes, esses sindicatos e essas prefeituras arcam com esses custos. O Senar não cobra. O que o Senar faz, é dá uma capacitação para os profissionais que vão atuar junto ao cavalo, que é o instrumento. Onde nós capacitamos psicólogos, fisioterapeutas, veterinários e toda essa equipe multidisciplinar que atua nesse projeto. Então, esse custo chega estritamente a zero para os praticantes é suas famílias”, explicou.

Mas para Fabiana Santana, mãe de Thalisson conseguir uma vaga para o filho não foi nada fácil. E pede ajuda para que os governantes voltem seus olhares para essas pessoas especiais e necessitam de ajuda.

“É difícil, tem muitos pais que tem crianças (especiais) que precisam de equoterapia e não tem oportunidade. E o número de crianças dentro da APAE é grande, aqui em Anápolis, se for lá e saber quantas pessoas tem a oportunidade de fazer equoterapia, até onde sei a uns quatro meses atrás fui informada que só 10 crianças estavam participando. Isso porque, não tem mais oportunidade, não têm recurso porque é uma terapia de alto custo. E eu digo ela (Equoterapia) ajuda muito a criança que é especial, ela começa a desenvolver aquilo que tem dificuldade. Não é fácil encontrar vaga e é muito importante para aqueles que puderem, como empresários que podem fazer parcerias com essas entidades para montar um projeto desse e desenvolver esse trabalho que é importante para que as crianças especiais tenham mais acesso”, comentou.

Fabiana e a mae de Thalisson
Fabiana Santana e Thalisson almoçando em um restante de Anápolis (Foto: Arquivo pessoal Fabiana)

Para o ano de 2015, a Faeg espera crescer mais ainda e expandir os horizontes. Atualmente o projeto conta com mais de 400 praticantes que não são só crianças, são adultos e adolescentes financiados pelo programa. Esta presentes em mais de 40 municípios em Goiás.

As famílias e pessoas interessadas em conhecer e até mesmo se inscrever neste projeto podem procurar a FAEG/Senar Goiás ligando no número 3096-2200 e pelo site: www.sistemafaeg.com.br