O relatório anual do programa pedagógico SER Goiás (Sistema Educacional de Recuperação da Aprendizagem) foi apresentado nesta terça-feira (12), pela secretária de Estado da Educação (Seduc), Fátima Gavioli. O destaque do ano é o avanço na aprendizagem entre os estudantes goianos. “O Saego nos mostra que não só cresceu a rede de Goiás como também passou 2019”, disse. “ E tudo indica que seremos o estado que mais cresceu na aprendizagem”, acrescentou.

O SER Goiás beneficia 300 mil alunos da rede estadual de educação. O programa surgiu na pandemia em 2021. Desde então, é uma política de educação do governo de Goiás, desenvolvida pela Fundação Sagres. Tamara Trentin, gerente do ensino fundamental da Seduc, explicou que a plataforma é personalizada para a rede estadual de educação de acordo com os dados das avaliações que são feitas no estado.

“Nós levantamos aquelas habilidades que precisam ser trabalhadas pelo estudante. Então ela é preparada com aulas de 15 minutos, que são aulas que não substituem o professor, mas são instrumentos para fortalecer, com o uso de recurso de mídias e comunicação, e que auxiliam o estudante a compreender aquilo que ele está com maior dificuldade. Ela [a plataforma] é feita para 6°, 7°, 8° e 9° anos, e a partir de 2024 vamos trabalhar também com o 5° ano”, conta.

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Plataforma pedagógica

A plataforma NetEscola faz parte do plano pedagógico da Superintendência de Ensino Fundamental de Goiás para recompor a aprendizagem dos estudantes do ensino básico. Desta forma, o reforço escolar leva aos estudantes conteúdo multimídia via distribuição multiplataforma produzido pelo Sagres Educa, uma solução tecnológica e inovadora de ensino da Fundação Sagres.

Diretora educacional da Fundação Sagres, Kelly Bitencourt destacou a atuação do SER Goiás no processo de ensino-aprendizagem, pois o programa tem um olhar específico para as dificuldades que estudantes ainda não conseguiram superar. “A gente prepara materiais focados nessas dificuldades. Além disso, a gente coloca desafios, gamificação, aula lúdica, entretenimento pedagógico e professores que entendem essas necessidades e produzem um material que vai apoiar esses estudantes a superar essas lacunas de aprendizagem”, afirmou.

Kelly Bittencourt ressaltou a origem do programa no contexto da pandemia e, portanto, a vocação da plataforma em diminuir os impactos da interrupção das aulas presenciais na aprendizagem dos estudantes. No entanto, a diretora apontou que a plataforma segue importante na recomposição da aprendizagem e no complemento dos estudantes fora de um período pandêmico. 

“Como é um produto digital inovador ele consegue ir se adequando ao ensino híbrido que complementa o ensino presencial, mas também é uma possibilidade desse estudante, que é protagonista e autônomo, estudar no contraturno, estudar fora do horário de sala de aula. E com isso ele tem materiais confiáveis elaborados para a realidade dele para ele conseguir estudar e seguir avançando no seu processo de aprendizagem”, afirmou. 

Tecnologia que auxilia a educação

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Estudantes (Crédito: Seduc/Divulgação))

O programa SER Goiás permite que os estudantes da rede pública estudem na sala de aula e complementem o estudo na plataforma online. Para Djalma Freitas, presidente da Fundação Sagres, o programa é um farol para entender como a tecnologia pode contribuir com a educação. “O Ser Goiás hoje é uma referência para o estado de Goiás em questão de plataforma educação”, disse.

Parafraseando Vinicius Tondolo, diretor do Sagres Educa, Freitas descreve o cenário da educação com escolas do século 19, professores do século 20 e alunos do século 21. Aponta, assim, a necessidade de um olhar atento para a inserção das tecnologias na educação.

“Não tem como a gente desprezar ou não dar a importância necessária às tecnologias. O acompanhamento responsável é o mais importante porque nós estamos com jovens em formação”. 

Conteúdo qualificado

Giselle Faria, superintendente da Educação Infantil e do Ensino Fundamental na Seduc, também destacou a atenção no uso das tecnologias. A gestora apontou que o SER Goiás trouxe “um avanço contínuo” para a educação pública goiana. Faria ainda ressaltou que o acesso dos estudantes ao programa reverte-se em bons resultados para a educação no estado. Além disso, ela destacou a tendência mundial de aliar tecnologia à  educação já dentro das escolas.  

“A tecnologia já está presente na vida do estudante o tempo todo. Então, o que a gente tem que fazer é qualificar esse contato, qualificar esse trabalho e essa aprendizagem usando a tecnologia. Então tem que ter todo um trabalho pedagógico, um trabalho intencional para fazer dessa tecnologia um suporte para que a aprendizagem aconteça”, reforçou.

Eduarda Santos tem 14 anos e cursa o 8º ano no Colégio Estadual Antônio Alves, em Aparecida de Goiânia. A estudante acessa a plataforma e apontou diferença na forma como aprende online e presencialmente na sala de aula. “A plataforma ajuda muito na hora de fazer as atividades, pois ela descontrai um pouco daquele ambiente que a gente tem na escola e ajuda bastante no nosso desenvolvimento”, disse.

A estudante Eduarda Santos (Foto: Sagres Online)

A estudante recebe os conteúdos programados para a grade curricular com desafios, gamificação, explicação lúdica e entretenimento. “Eu gosto bastante dos desafios pois ajuda a gente a tirar as dúvidas que às vezes a gente não consegue esclarecer tudo com o professor, e aí os desafios conseguem nos ajudar tirando as nossas dúvidas do nosso dia a dia”, contou.

Ampliação do programa em 2024

Para 2023, o SER Goiás inovou com a possibilidade dos professores acompanharem na plataforma o desempenho e a frequência do aluno. A grande novidade para 2024 é o plano de ampliar o programa com a inclusão do 5° ano do ensino fundamental e o Ensino Médio.

A chefe do Núcleo de Recursos Didáticos da Seduc, Alessandra Almeida Costa, celebrou as novidades. Ela relembrou que o projeto começou para potencializar e facilitar a aprendizagem e o tempo mostrou que o SER Goiás pode ser também um suporte para o planejamento do professor. 

“Quando o trabalho começa para os anos finais a gente consegue avançar muito na aprendizagem, mas quando você começa um trabalho no quinto ano, com aquela turminha que está consolidando a alfabetização e a compreensão matemática, a gente já recebe esse estudante no sexto ano com toda a diagnose feita, então a gente já sabe para onde olhar de forma que ele avance cada vez mais”, explicou. 

Além das turmas novas, o projeto apresenta um novo programa lúdico para acompanhar a aprendizagem dos estudantes: a série com foco nos adolescentes do ensino médio “Só Vem”. A novidade aborda a construção do Projeto de Vida, preparando os estudantes para decidirem sobre os seus objetivos pessoais e profissionais.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.

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