A Universidade Federal de Goiás (UFG) assinou um acordo de fomento internacional para investigação científica de matérias-primas cultivadas por agricultoras tradicionais do estado de Goiás. O fomento vai para o projeto “Guerreiras de Canudos”, que trabalha com plantas medicinais e aromáticas, com o objetivo de contribuir com a geração de matérias-primas utilizando o conhecimento popular.

O edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) prevê fomento para soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico do Brasil e da Alemanha em projetos de bioeconomia. As assentadas do “Guerreiras de Canudos” vendem itens fitoterápicos, culinários e cosméticos feiras, portanto, o fomento visa contribuir para o desenvolvimento artesanal de fitocosméticos.

O projeto inscrito pela UFG foi o “Plantas nativas brasileiras como fonte de matéria-prima inovadora para uso agrícola sustentável e cosmético contribuindo para a bioeconomia aprimorada”. Assim, a linha temática do projeto são as plantas  aromáticas e medicinais.

Fomento sustentável

A escolha do projeto considerou a integração do conhecimento científico com o conhecimento tradicional presente no “Guerreiras de Canudos”. O grupo formado por agricultores tradicionais do Assentamento Canudos é de Palmeiras de Goiás. Assim, elas vão receber financiamento no valor de aproximadamente R$1,5 milhão para atividades na área da ciência, tecnologia e inovação. Além disso, o edital prevê a obtenção de serviços inovadores e a difusão de tecnologia.

Segundo a UFG, o assentamento Canudos está localizado a cerca de 70 km de Goiânia e contempla cerca de 300 famílias. A produção artesanal de fitocosméticos é uma fonte de renda das mulheres que formaram o grupo Guerreiras de Canudos.

Os produtos são de plantas medicinais aromáticas nativas e exóticas do bioma Cerrado. O professor da UFG, Sérgio Sibov, afirmou que as plantas medicinais são importantes devido à falta de acesso aos serviços de saúde. No entanto, apontou que os recursos naturais devem ser utilizados de forma sustentável e segura. O professor também pontuou que o projeto deve avançar a investigação científica do bioma Cerrado, com o estudo das matérias-primas cultivadas pelas Guerreiras de Canudos.

Projeto internacional 

O edital aberto em 2020 finalizou em 2021. Mas só em junho deste ano o acordo foi oficialmente assinado entre as partes. O objetivo do edital é desenvolver soluções tecnológicas inovadoras para o crescimento econômico sustentável do Brasil e da Alemanha em projetos de bioeconomia.

O fomento internacional é uma parceria entre a Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da UFG com a Embaixada da Alemanha no Brasil. O financiamento é da Finep  e de duas agências alemãs: a Forschungszentrum Jüelich GmbH – FZJ e Fachagentur Nachwachsende Rohstoffe – FNR. 

A coordenação é da UFG, por meio do Instituto de Química e Escola de Agronomia e da Bergische Universitat Wuppertal (BWU). Outros colaboradores são o grupo de mulheres Guerreiras de Canudos, a empresa Bio Cerrado Fitoterápico Produtos Naturais e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A UFG será a gestora do projeto em território nacional. 

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e bem-estar e o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.

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