O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (SEPE), Flávio Roberto de Castro, participou do Programa Sinal Aberto nesta manhã de quinta-feira (7). Em pauta, a ampliação de 30% para 50% da quantidade de alunos presenciais em sala de aula. A solicitação foi feita ao Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE). Flávio destacou ainda a migração de alunos das escolas particulares de acordo com o valor da mensalidade.

Segundo Flávio, um terço dos alunos da rede privada de Goiânia migrou dentro da própria rede buscando mensalidades mais baratas. O cálculo, segundo o presidente do SEPE foi feito com base no número de matrículas para a agenda letiva deste ano comparado ao mesmo período do ano passado. “A grande maioria das escolas começa as aulas no dia 18 de janeiro. As matrículas ainda não fecharam, mas há uma expectativa de se perder um terço dos alunos em Goiânia. Isso acontece dos alunos saírem da escola com mensalidade mais cara e irem migrando para a mais barata. E vai acontecendo em cadeia até o aluno não ter condições de pagar nada e ir pra rede pública”.

Confira a entrevista completa:

Flávio Roberto acredita que o quadro poder ser revertido, uma vez que o cenário para a manutenção das escolas, segundo ele, é preocupante. “Nós sofremos durante o ano letivo de 2020. Teve projeto na Assembleia para diminuir a mensalidade. Conseguimos manter os salários dos professores, mantemos nossas obrigações. Foi uma batalha, uma luta. Tivemos que passar por adaptação das exigências do nosso segmento, mas vamos em frente. Tenho fé que vamos conseguir reverter isso”, pontou.

AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE

Nesta quarta-feira (6), os integrantes do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus participaram de reunião virtual para debater as ações relacionadas ao vírus, nos âmbitos da vigilância em saúde e assistência. Durante a reunião, Flávio solicitou a ampliação de 30% para 50% da quantidade de alunos presenciais em sala de aula.

Segundo Flávio, a experiência da retomada das aulas no ano passado foi positiva e justifica o pedido de ampliação de alunos em sala de aula para 2021. “Nós voltamos as aulas presenciais seguindo os protocolos no final do mês de outubro e uma boa parte em novembro. Nós encerramos o ano letivo no dia 18 de dezembro. A experiência foi muito exitosa nas escolas particulares de Goiânia. A escola por essência é um ambiente que você consegue manter disciplina e regras. Então, existe uma confiança maior de que a gente possa aumentar essa capacidade”.

O presidente do sindicato destacou que não houve nenhum caso de contaminação durante a retomada das aulas no ano passado em Goiânia.

Sobre a solicitação de aumento da capacidade de alunos em sala de aula nas escolas particulares de 30% para 50%, foi deliberado pelo COE que a proposta deverá ser antes, debatida no Grupo de Trabalho de Educação. Em duas semanas, a proposta será novamente levada ao Centro.

Flávio disse que o COE está sendo cauteloso. “Existe uma preocupação por parte deles de como a população se comportou nas festas de final de ano. Então eles têm essa preocupação do aumento da taxa de ocupação dos leitos das UTIs e aumento da contaminação. (…) Existe uma grande preocupação com a chegada da segunda onda”.

“SETOR PREJUDICADO”

Flávio citou a flexibilização do decreto com os outros setores da economia e ressaltou que as exigências com o setor da educação são maiores. “A educação privada não teve nenhum caso desde que estamos abertos. Isso gera uma indignação não só nos diretores e donos de escolas, mas também nos próprios familiares, porque voltaram ao trabalho e não tem com quem deixar as crianças”.

O protocolo de segurança da educação, segundo Flávio, é rígido e contém 67 páginas. Além disso, os diretores das escolas assinam termos de responsabilidade e podem sofrer sansões se não cumprirem todas as exigências, segundo Flávio. “Nós não somos irresponsáveis. Se vier uma segunda onda e tiver a necessidade de um Lockdown, é claro que nós também faremos. Agora, já passam de nove meses e todos os outros segmentos conseguiram suas aberturas e voltaram às suas atividades. A educação foi a última. A gente se sente prejudicado com relação aos critérios para a educação que têm sido diferentes dos outros segmentos”.