O aumento do número de internações e mortes pela Covid-19 e o colapso na rede de saúde tem levado cidades a adotar medidas cada vez mais restritivas de circulação. Seja em Goiás ou no Brasil, vários são os municípios que decretam lockdown, ou seja, o fechamento total de todas as atividades não essenciais, e há outros que optam por restrições rigorosas, mas mantendo a cidade parcialmente funcionando a fim de buscar um equilíbrio entre segurança e sobrevivência econômica.

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Na terça-feira, dia 2, eu participei de uma reunião capitaneada pela prefeitura de Pirenópolis, com lideranças municipais para oficializar o comitê de enfrentamento da Covid-19 e já estabelecer, em conjunto, o novo Decreto da Prefeitura. O resultado dessa reunião, os motivos e previsões foi o tema da entrevista que fiz com a procuradora geral do município, Dra. Marciely de Paula e com o secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Félix.

Marciely explica que as procuradorias municipais representam a advocacia pública, a assessoria e consultoria jurídica dos municípios. No caso de Pirenópolis, a procuradora geral foi responsável por, neste momento de crise, avaliar quais são as possibilidades de ação da Prefeitura dentro do que a lei permite.

A procuradora geral comentou que a criação do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 é uma parceria muito rica entre os entes que conhecem a cidade e propõe uma gestão democrática da crise, podendo ouvir os diversos setores sociais e econômicos. Isso me lembrou as antigas ágoras gregas, onde os considerados cidadãos se reuniam, para debater as questões da polis e da sociedade. Isso, disse a procuradora, é a política no seu sentido mais abrangente e democrático.

Confesso que achei uma excelente proposta, pois a responsabilidade das decisões é compartilhada e a resistência às restrições é menor.

Secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Félix é um ativo representante no Comitê de Enfrentamento, e conta que o decreto da Prefeitura optou por manter as atividades não essenciais em funcionamento, mas com restrições, visto que o Comitê Técnico de monitoramento e combate à Covid-19 de Pirenópolis considera que o lockdown é uma medida muito rigorosa, mas com pouca eficácia.

A estratégia é, dentro do possível, conciliar a proteção à vida e a manutenção das atividades econômicas, com destaque para o turismo, grande fonte de renda do município.

Quem pretende ir a Pirenópolis, Ronaldo Felix adianta que a capacidade de receber turistas está reduzida, quando o turista vai fazer sua reserva, ele é informado sobre as condições de visitação, e quando chegar à cidade, ele precisa apresentar um comprovante de reserva ou ingresso em alguma cachoeira.

As hospedagens estão orientadas sobre as medidas de segurança, quais áreas estão abertas, mecanismos de oferta de alimentos e bebidas, etc. O uso de máscaras é obrigatório. Shows, apresentações e festas estão proibidos.

O município possui orientadores nas ruas, fiscais de postura e policiais militares para coibir excessos e desrespeitos às normas de segurança. Enfim, com respeito e consciência, espero que Pirenópolis consiga ser um exemplo de equilíbrio entre saúde e economia. É isso que precisamos.

Em tempo: dentro do cenário de queda de 4,1% da economia brasileira em 2020 e das poucas perspectivas de retomada imediata, o professor de história Eduardo de Castro trouxe para o quadro Faz Parte do Cenário desta semana uma verdadeira aula sobre como foi a reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial, um exemplo histórico que muito pode nos inspirar. Vale a pena conferir. Até a semana que vem, pessoal!

Aqui o link do programa, na íntegra:

Destaques do programa:

Reunindo a comunidade em busca de soluções.

Destruição e Renascimento japonês no quadro “Faz parte do cenário”

Como são tomadas as medidas de enfrentamento à COVID 19 em Pirenópolis?