O senador Vanderlan Cardoso (PSD) afirmou que o governo de Goiás demonstrou estar “perdido” durante as ações de combate ao coronavírus e que houve algumas “atrapalhadas”. Em entrevista à Sagres 730, nesta quarta-feira (15), o senador disse que a decisão que gerou mais polêmica foi a de permitir a abertura em um dia, quando as empresas se prepararem, compraram mercadorias, se endividaram, mas no outro veio a decisão de fechar tudo.

Ele se referia ao decreto de 29 de junho do governador Ronaldo Caiado de quarentena intermitente, no dia em que o comércio da Rua 44 foi autorizado a funcionar, mais de 100 dias depois de tudo fechado. “Então eu vi de uma forma toda atrapalhada esses decretos do governo. Aplaudi o primeiro [decreto, de 19 de março], conversei com o governador sobre o segundo [decreto] sempre pontuando alguns setores, mas de lá para cá foi muito atrapalhada que aconteceu. Aí o povo fica desorientado não acredita no que o líder está falando e fica todo mundo batendo cabeça”, declarou.

Para o senador, as trapalhadas levaram a população a não acreditar nas autoridades. “[O governo] teve quatro meses para tomar medidas. Quantos milhões que veio [sic]? Só de ajuda ao Estado de Goiás foi R$ 1,4 bilhão. Se compra mil respiradores no começo da pandemia e distribui aos municípios polos, aqueles que têm condições de receber, tenho certeza que não estaria essa polêmica toda, gente saindo do interior do Estado, de municípios que teriam condições de receber respiradores, para vir para capital ou para aqueles municípios que investiram, com o caso de Aparecida de Goiânia, que está recebendo pacientes do Estado inteiro. Então faltou planejamento”.

Vanderlan afirmou também não ter entendido a atitude do prefeito Iris Rezende durante a pandemia. “Acho que ele foi muito longe em acompanhar o governo do Estado. Se ele não tivesse tomado essa medida agora de chegar para governador e dizer que não estava dando mais como segurar, porque em Goiânia só serviços [essenciais funcionavam] estava tudo fechado. Eu acho que estaria até hoje fechado”.

O senador afirma que os critérios de flexibilização não ficaram claros e cita igrejas e templos como exemplo. “Você abre a igreja até 30%, mas o teatro não pode abrir 30%, qual que é a diferença? Você pode abrir uma feira, as indústrias de alguns setores [estão] abertos que tem até milhares de pessoas, mas não pode abrir uma lojinha que tem dois funcionários que entra um cliente agora e daqui 20 minutos vai entrar outra?”