A Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal de vereadores para investigar eventuais irregularidades nos contratos de reconstrução asfáltica em Goiânia ainda não foi iniciada. O pedido foi formalizado pelo vereador Santana Gomes (PRTB) em 23 de março, com 16 assinaturas. O parlamentar cogita a retirada do pedido.
Praticamente um mês depois, o processo ainda está na Procuradoria da Câmara. Está sendo analisada a quantidade de assinaturas e a legalidade da CEI para que depois líderes de bancadas e blocos indiquem vereadores para integrarem a comissão.
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Porém, pelo fato de o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ter suspendido todos os contratos de reconstrução asfáltica em 30 de março, Santana Gomes relatou à reportagem que o pedido para instauração da CEI pode ser retirado, pois neste momento a comissão perdeu objeto.
“Essa discussão de CEI tem objetivo e foi atingido na minha concepção (suspensão dos contratos). Agora é claro, irá pra frente se a gestão do prefeito não estiver fazendo a coisa correta. Estou à vontade, mas perdeu o objeto pela suspensão dos contratos. Estamos aguardando relatório da prefeitura. O prefeito sinalizou que vai nos convidar para acompanhar. (A depender da resposta) a CEI pode ser retirada”, disse Santana Gomes.
O vereador Clécio Alves (MDB) relatou que não assinou o requerimento de Santana Gomes, mas concorda com a ação tomada pelo prefeito Rogério Cruz de suspender os contratos a partir do momento em que a Câmara sinalizava para uma investigação.
No entanto, o vereador destaca a preocupação quanto à continuidade das obras já iniciadas.
“Se a prefeitura está fazendo de forma legal com a luz acesa, e ao final constar algum problema era o que a comissão faria. Mas se não tiver, as obras precisam ser retomadas. Por exemplo, no Bairro Goiá onde sou representante começamos o serviço na Avenida Felipe Camarão, a empresa retirou o asfalto velho e está lá o transtorno para os moradores, precisa retomar”, relatou Clécio.
A reconstrução de 630 km de ruas e avenidas em Goiânia tem como fonte orçamentária, empréstimo de R$ 780 milhões obtidos junto à Caia Econômica Federal, assinado em novembro de 2019. O contrato tem duração de 24 meses.