Até quando nada acontece no Vila Nova, tudo pode acontecer. O time, que está no 23º dia de preparação para a Série C, sem fazer um jogo oficial, já teve estreia marcada na Série C, mas corre o risco de ser prejudicado até lá. O clube não apresentou até hoje o balanço patrimonial e financeiro da temporada 2012, prazo que se encerrou no dia 30 de abril, e nesse momento, se encontra totalmente vulnerável.

Com 21 dias de atraso, quem corre o maior risco de sofrer as represálias e penalidades é o presidente executivo Marcos Martinez, que pode ser destituído do cargo a qualquer momento. Para que isso aconteça, basta que alguém, até mesmo de dentro do Conselho Deliberativo do clube, entre na Justiça, o que automaticamente lhe tiraria do poder e poderia deixá-lo inelegível por cinco anos. Em entrevista coletiva, Martinez explicou o porque do atraso.

“Esse balanço, tem que ser feita uma auditoria, já está sendo auditado, é um auditor independente que está trabalhando, e acho que não demora mais, essa semana já estará liberado. O clube não está participando de nenhuma competição, a Lei Pelé também exige essa auditagem independente do balanço, que já estava pronto. (Está demorando) Porque o auditor precisa trabalhar, ele é independente, de fora do clube, mas está sendo feita a conferência”

Outra questão que o Vila poderia sofrer sanções é quanto a veracidade na regularização dos seis jogadores que foram contratados em maio: Marcelo Pitol, Gian, Douglas Assis, Diego Macedo, Wesley e Frontini. Uma corrente na Justiça Desportiva defende que, como o clube não cumpriu o prazo, o contrato assinado nesse período não teria validade e eles estariam irregulares para estrear contra o Grêmio Barueri, dia 2 de junho, às 10h, no Serra Dourada. Martinez garante que não tem medo e não há nada de diferente no balanço apresentado.

“Não tem nada de diferente não, é só a questão de se seguir a lei, não tem números diferentes não. Dentro de uns 10 dias, ele me pediu uns 10 dias úteis, está dentro do prazo. Não tenho nenhum medo, ele já está trabalhando”

Culpa no 1º semestre

Fora da alçada judicial, o presidente Marcos Martinez tem que dar explicações até hoje sobre a má campanha no Goianão 2013, mas prefere focar na perspectiva positiva para o Brasileirão Série C. Para o presidente executivo, a culpa maior foi do ex-diretor de futebol, Mauro Morishita, que trouxe “jogadores malandros”, mas ele assume ter tido responsabilidade também. Quando ao trabalho atual, mostrou parceria com Hugo Jorge Bravo.

“A responsabilidade foi de acreditar no nosso diretor de futebol na época. Agora, pra mim, não mudou nada, a gente (ele e o diretor Hugo Jorge Bravo) trabalha em parceria, estamos trabalhando sempre juntos, pegando opiniões de todo mundo, como sempre foi feito no Vila Nova. Não temo (uma sobrecarga) porque a função do diretor de futebol é essa, procurar os reforços dentro do orçamento do time e trazê-los com a nossa anuência, é claro”