Os torcedores colorados lembram com muita saudade do dia 17 de abril de 2005. Foi naquele dia, no Serra Dourada, a última vez que o Vila Nova Futebol Clube levantou a taça da primeira divisão do Campeonato Goiano. De lá para cá o Tigre amargou um rebaixamento, conquistou o título da Divisão de Acesso em 2015 e só chegou à decisão da elite estadual em apenas uma oportunidade, no ano de 2017, quando acabou derrotado pelo rival Goiás. 

O time esmeraldino, inclusive, era o adversário a ser batido há 15 anos. Mesmo levando vantagem nos confrontos na primeira fase quando venceu o Verde em duas oportunidades – 1 a 0 na Serrinha e 1 a 0 no Olímpico -, os comandados de Edson Gaúcho não chegaram como favoritos à grande final.

Sem conseguir manter uma base de 2004 e com poucos recursos financeiros, o Vila Nova fez poucas contratações e apostou principalmente na mescla com jogadores da base, como o ponta Laionel e o atacnate Pedro Júnior.

Por outro lado o Goiás era recheado de estrelas e o técnico Péricles Chamusca tinha à disposição jogadores como o goleiro Harlei, o lateral-esquerdo Jadilson, o volante Rodrigo Tabata e também Paulo Baier, que apesar de lateral-direito, jogou por muito tempo como meia na equipe esmeraldina. 

Por isso o volante Tim, um dos principais nomes da equipe vilanoevense naquela conquista destaca que o ponto forte do time foi a união do elenco e o trabalho em conjunto com o treinador Edson Gaúcho. 

“O diferencial daquele time de 2005 era que a equipe sabia das suas limitações e até achava o Goiás melhor tecnicamente do que o Vila. Além disse era um time muito unido, um grupo com uma visão e um objetivo muito bem traçado que era de ser campeão. Todo mundo respeitava todo mundo, não tinha aquela guerra interna e nem vaidade. Era um grupo onde os titulares respeitava os reservas e vice-versa, um time que tinha uma metodologia de trabalho que no caso era do treinador Edson Gaúcho”, disse o ex-atleta. 

Time do Vila Nova campeão em 2005 (Foto: Acervo/VNFC)

Ele destacou ainda que mesmo com a personalidade forte do comandante, os jogadores conseguiam executar dentro de campo as orientações que o técnico passava. 

“Ele era uma pessoa difícil de lidar, um técnico muito áspero nas suas cobranças, mas o time se uniu com ele, entendeu a metodologia de trabalho dele e nós fomos juntos até o final com um grupo muito unido. Então o diferencial foi esse, a união do grupo e o entendimento do trabalho do treinador”, pontou Tim. 

Em contato com a Sagres 730, Edson Gaúcho comentou a importância daquela conquista e ressaltou o carinho pelo clube mesmo hoje estando longe de Goiânia. “É um time que eu guardo no meu coração, aquele dia que fomos campeões, aquela torcida, foi tudo muito importante. Eu torço para o Vila”.

Apesar das duas vitórias coloradas na fase de grupos, os confrontos da grande final foram marcados pela igualdade. No primeiro, placar de 1 a 1 construído por Maqruinhos Paraná e Paulo Baier; no jogo da volta, 0 a 0 e decisão nos pênaltis. 

“Os dois jogos da final foram equilibrados e o segundo com poucas chances de gol para os dois lados, uma marcação muito forte, jogo ‘pegado’ como sempre é Vila x Goiás, principalmente falando de final”, analisou Tim.

O ex-jogador ainda relembrou uma das grandes adversidades que o Tigre teve na época. Quatro dos principais cobradores de pênaltis de elenco já haviam deixado a partida e o time que era recheado de jovens da base, precisaria se superar contra o principal goleiro da história do Goiás. 

“O que chamou a atenção foi que do lado do Vila nós tínhamos treinado pênaltis durante toda a semana e dos cinco que bateriam, quatro sairam no decorrer do jogo: eu, o Itaqui, o Pedro Júnior que foi substituído e o Leonardo Manzi que entrou no lugar dele e também era um provável cobrador, foi expulso no final do jogo. Nós fomos para a decisão sem quatro atletas que bateriam os pênaltis, então a gente tinha preocupação muito grande como seriam os outros que não haviam treinado muito bem durante a semana e teriam que bater. Foi muito merecedor porque o Michel fez uma defesa nos pênaltis e o Goiás bateu muito mal, com o Vila sagrando-se campeão”, comentou. 

Nas penalidades o Vila Nova levantou a vantagem e derrotou seu rival por 3 a 1. Marquinhos Paraná, Vitor e Rodrigo Alvim assinalaram para o colorado, enquanto Rodrigo Tabata marcou para o Goiás, Aldrovani, Júlio santos e Edmilson desperdiçaram suas cobranças. 

Além da ser o último título violanovense da primeira divisão estadual, aquele troféu de 2005 também foi o último que Tim ergueu na carreira. No ano seguinte o volante acabou ‘pendurando as chuteiras’. 

“Foi o meu último título na carreira, inesquecível. É uma pena um time do tamanho do Vila Nova dentro do Campeonato Goiano ficar 15 anos sem ganhar um título é muito tempo, quem sabe o clube não possa mudar isso nos próximos anos”, destacou o hoje comentarista da Sagres 730. 

Ouça na íntegra a decisão por pênaltis do Campeonato Goiano de 2005:

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