A crise hídrica no Brasil voltou a ser tema do Debate Super Sábado #263. Esta, que é a pior dos últimos 91 anos, já causa impactos sentidos em todos os setores. No Brasil, na maioria das regiões, é comum as chuvas mais volumosas acontecerem no chamado período úmido, que compreende os meses de primavera e verão. Quando não chove, ou a chuva é insuficiente para abastecer os reservatórios de água, crise se estabelece.

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Por causa da falta de chuvas, os reservatórios das usinas hidrelétricas – especialmente das regiões sudeste e centro-oeste – registram grande redução na capacidade, afetando o abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica em todo o Brasil, além de impactar diversos setores produtivos sociais.

Para tratar do tema, a Sagres convidou o engenheiro agrônomo, doutor e coordenador do mestrado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial Antônio Pasqualetto; o presidente do comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte Fábio Camargo; e o diretor executivo da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás e Presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Corumbá, Veríssimo e São Marcos, Bruno Vicente Marques.

Assista ao Debate dentro do Sagres Sinal Aberto – Edição de Sábado, a partir de 01:03:00

Em agosto, o nível de vazão do Rio Meia Ponte chegou a 4.168 litros por segundo, o que significou nível Crítico 1, de acordo com os níveis de segurança. Fábio Camargo avalia que, de lá para cá, apesar da queda no índice para pouco mais de 2,4 mil litros por segundo, a situação é praticamente a mesma.

“Não mudou muita coisa. Aquela comporta que foi aberta pelo governador, antes de abrir estava com 2.300 [litros por segundo]. Quando abriu houve aumento em 100 no dia, a vazão foi para 2.500 mas voltou para 2.400. Então é uma ação interessante, porque a gente tenta manter o nível do rio em um patamar mais ou menos igual para evitar que ele seque em algum trecho, mas o efeito não é tão grande assim. O efeito que vai resolver a crise ai é a chuva, que está programada para a segunda quinzena de outubro. Essa chuva é que vai normalizar a vazão do Meia Ponte”, afirma.

Bruno Vicente Marques afirma que é possível ampliar a atividade de capacitação das águas nos rios. “Se nós trabalharmos efetivamente na gestão de recursos hídricos e entender a bacia hidrográfica como um todo, então nós teremos um avanço”, analisa.

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou em uma pesquisa que o setor agropecuário é a maior consumidora de água atualmente, sendo responsável 69% de água retirada no mundo. O professor Antônio Pasqualetto analisa esses números e destaca a necessidade da irrigação para a produção de alimentos.

“Nós vamos encontrar uma forma de retribuir aqueles que preserva o meio ambiente”, afirma. “A irrigação é uma necessidade para a produção de alimentos. Precisamos usá-la no final do dia para que as plantas absorvam”, complementa.

Confira o debate completo em áudio:

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a Unialfa sob supervisão do jornalista Johann Germano