SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um apoiador citou o ditador da Alemanha nazista Adolf Hitler como exemplo para educação infantil, durante conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã desta terça-feira (23).
Bolsonaro não refutou a ideia de seu apoiador, nem o reprimiu pela sugestão. Na resposta, afirmou que gostaria de “uma educação moral e cívica nas escolas” e que não consegue porque há ministérios que são “transatlânticos”.
Apoiador cita Hitler como exemplo para educação; Bolsonaro não refuta
— UOL Notícias (@UOLNoticias) November 22, 2021
Bolsonaro não refutou a ideia de seu apoiador, com quem conversou no Palácio da Alvorada na manhã de hoje, mas afirmou que gostaria de "uma educação moral e cívica nas escolas". pic.twitter.com/B4DQpqUjnJ
“A gente via que Hitler trabalhava muito com as crianças. Nosso Ministério da Educação já poderia estar fazendo também um trabalho com as crianças para voltar à conscientização?”, pergunta o apoiador, que não aparece nas imagens.
Na sequência, o presidente responde: “Você não consegue… Tem ministério que é um transatlântico. Não dá para dar um cavalo de pau. Eu gostaria de imediatamente botar educação moral e cívica, um montão de coisas lá, coisas que são boas. Eu ouvi outro dia, tive o saco de ouvir, uns 10 minutos, duas mulheres… Podiam ser dois homens…mas que não sabiam nada. Elas não sabiam nem o que era Poder Executivo. Coisas absurdas que são comuns.”.
A educação da infância e juventude foi usada como uma ferramenta de Estado, na Alemanha nazista, para gravar no cérebro de crianças e adolescentes o orgulho de pertencer à raça ariana, bem como a obediência e a fidelidade a Hitler.
Adotando uma teoria de cunho racista, o Führer dizia que o povo alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas com os arianos.
A radicalização do antissemitismo oficial forçou mais da metade da população judaico-alemã a deixar o país, à procura de exílio.
Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, restavam apenas 250 mil judeus na Alemanha, menos de 0,5% da população total. Com a Guerra, tanto esses quanto os judeus dos países ocupados por Hitler foram enviados para os campos de extermínio, o que resultou no holocausto –o massacre de 6 milhões de pessoas.
Nascido em 1889, na cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler foi o líder do nazismo e ditador da Alemanha entre 1933 e 1945.
Ele abraçou o antissemitismo e o extremismo de direita durante sua juventude e tornou-se um dos expoentes mais expressivos dessas ideologias na Alemanha da década de 1920.
Assumiu o controle do Partido Nazista e ascendeu ao poder alemão em 1933. Desenvolvendo uma propaganda agressiva e eficiente, administrada por Joseph Goebbels, o Partido Nazista se infiltrou em toda a sociedade alemã e controlou a imprensa, a rádio, o teatro, o cinema, a literatura e as artes. Conseguiu incutir na mentalidade do povo a visão de mundo nazista e a devoção incondicional ao Führer.