Nome importante do hip hop e do rap goiano, o rapper Renedy começou cantando sertanejo com a família nos churrascos de domingo. Mas ao ver o primeiro clipe de rap americano por volta dos 12 anos se encantou com o estilo musical e passou a trocar as brincadeiras com os amigos e começou a passar suas tardes vidrado nas músicas e artistas que estava conhecendo. 

“Eu juntava uma grana e ia na feira para comprar aqueles DVDs piratas para ficar assistindo os clipes de rap americano. Então o primeiro contato que eu tive com o rap foi com o rap internacional e após isso eu fui conhecer o rap nacional e o hip hop, uma cultura que quando você se aprofunda, quando você começa a  estudar você se apaixona”, disse.

Com o contato cada vez maior, o rapper começou a fazer as próprias poesias ainda na escola e depois transformou os escritos em músicas. Nas letras, o artista traz mensagens que fortalecem a identidade periférica.

A força do hip hop

Renedy acredita na visão que Afrika Bambaataa, considerado um dos fundadores do movimento hip hop, tem sobre o estilo. O artista sempre defendeu o conhecimento, que o sentido da música despertasse um senso crítico, algo que o rapper diz que é incomum em outros estilos musicais. E é exatamente nisso que Renedy encontra magia no hip hop e no rap: a identidade e a originalidade.

“O hip hop foge um pouco da normalidade, ele traz o conhecimento para quem aprofunda na cultura, então há uma diferença entre o rap e o hip hop. Algumas pessoas confundem isso e eu sempre faço questão de explicar. O hip hop é uma cultura feita de quatro elementos que são o break, o dj, o MC, que é onde o rap está, e também o grafite, que é a arte. E nós temos um quinto elemento que o Afrika Bambaataa fala muito que é o conhecimento”, explicou.

Um dos seus raps tem referências à vida em Goiânia e à cultura da cidade. “Terra do pequi” foi escrita quando o rapper morava em Portugal e inspirada nas pessoas dos outros estados brasileiros que ele encontrou e que falavam sobre a cultura de suas regiões.

“Eu fui percebendo a riqueza que o Brasil e Goiás tem. Mas quando a gente vai escutar rap no Brasil, quando eu fazia palestras para jovens e perguntava se eles conheciam o rap da nossa cidade e poucos conheciam, a maioria conheciam de cidades do Sudeste ou do Sul. Então o intuito da “Terra do pequi” é trazer a ascensão da nossa cultura, a ascensão da nossa culinária. Trazer isso e dizer que aqui também tem um povo que sabe muito sobre coisas alternativas e que vai muito além da música sertaneja”, disse.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 10 – Redução das desigualdades.

Leia mais: