Estamos no Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser evitados.

Por isso, no programa desta semana recebi o psicólogo, Wadson Arantes para conversar sobre a importância de conscientizar as pessoas para reconhecer precocemente quem precisa de ajuda e também a reduzir o estigma, o preconceito e ajudar na prevenção do suicídio.

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É fato que a pandemia da Covid-19 contribuiu para o aumento de casos de suicídio no mundo, mas esta curva ascendente já vinha de antes e se acentuou nos últimos dois anos.

Wadson Arantes alerta para o contexto social e a ansiedade que ele traz consigo. “Vivemos em uma sociedade em que o ter se sobrepõe ao ser, e agora também o aparecer que exige um tempo e espaço nas diferentes redes sociais, mas que, na verdade, cria seres solitários e sem intimidade”, diz. Para ele, a felicidade é um efeito colateral do seu autoconhecimento, e que a tristeza faz parte desse autoconhecimento, mas que não se pode ficar estagnado nesse estado.

A sociedade contemporânea, sobretudo neste momento pós-pandemia, é um prato cheio para a ansiedade, o estrasse e outros distúrbios mentais. Para o psicólogo, aos primeiros sinais, é preciso buscar ajuda profissional dentro da psicologia e psiquiatria.

As frustrações fazem parte da vida de todos nós, mas para algumas pessoas é difícil administrar com essa expectativa não atendida. A sociedade de telas (tvs, smartphones, etc) tem um impacto nas novas gerações que gera um limiar de frustações muito frágil. “Tem organismos que não conseguem estabelecer uma relação com tantas cobranças”, diz Wadson, alertando aos pais que dizer “não” tem sua importância. Diz ainda que é preciso escutar seus filhos.

Outro problema é a infantilização de adultos. Gente crescida, mas com dificuldades emocionais para encarar injustiças, dificuldades e obstáculos que a vida traz. “É importante enfrentar isso, mas muita gente não consegue encarar sozinha e nessas horas é preciso pedir ajuda”, avalia.

Se a pandemia contribuiu para o suicídio de muita gente, ela também oferece a chance de outras pessoas conseguirem desacelerar o ritmo de vida. Foi o caso do jornalista Brenno Sarques, que chegou a idealizar seu próprio fim. Para ele, o embate social constante e agressivo, os rumos da sociedade e o ritmo de trabalho o levaram a pensar em jogar a toalha. Brenno estudou o suicídio e suas representações no cinema, para sua dissertação de mestrado, esse conteúdo o fez identificar a situação em que se encontrava. O jornalista alerta para o que se chama de “positivismo tóxico”, que muitas vezes tem o efeito que pode ser devastador. “É importante saber que não somos importantes para o mundo, talvez para algumas pessoas, e que esse mundo vai continuar girando sem você. A partir do momento em que você percebe e lida bem com isso, sua vida melhora bastante”, recorda.

O psicólogo Wadson Arantes concorda que esse positivismo tóxico tem consequências dolorosas e mais uma vez bate na tecla da busca por ajuda profissional. Wadson ressalta também que não há mal nenhum em se medicar, que em alguns casos a vontade própria já não consegue fazer frente sozinha a tanto sofrimento. As secretarias municipais de saúde, as universidades e várias instituições de apoio estão de portas abertas para oferecer ajuda profissional a preços subsidiados ou mesmo de graça. Não espere chegar ao fundo do poço para buscar ajuda. Somos seres sociais, não precisamos passar pelas situações sozinho. Olhe para o lado, pode ter alguém sofrendo como vc ou que já passou por situações, e pode lhe estender a mão na travessia.

A vida é dada e retirada apenas pelo Criador, este é um valor fundamental. Tudo na vida é teste, prova, aprendizado, crescimento por mais dolorido que for.

Conheça-se, ame-se como você é e cuidem-se!!

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