A obesidade no Estado de Goiás está aumentando em praticamente todas as idades, os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar em Nutrição do Ministério da Saúde. Um estudo observatório que foi desenvolvido por pesquisadoras da Faculdade de Nutrição e também do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), constatou que, em dez anos, apenas as crianças menores de cinco anos mantiveram estável o índice de excesso de peso.

Os dados da pesquisa foram divulgados pelo Atlas da Obesidade no Estado de Goiás, que foi desenvolvido pelos institutos da UFG. Em entrevista à Sagres, a professora do curso de Nutrição da UFG, Marília Mendonça Guimarães, detalhou o que o Atlas mostrou de informação relevante.

“Nós observamos esses dados do período de 2010 a 2020 e observamos um aumento significativo do excesso de peso para todas as fases da vida: adolescentes, adultos, idosos, gestantes, com exceção das crianças de zero a cinco anos, onde elas se mantiveram com prevalências estáveis ao longo desses 10 anos”, comentou a pesquisadora.

De acordo com o estudo, os adolescentes goianos tiveram o maior aumento no número de pessoas com sobrepeso pela faixa etária, no intervalo de 2010 a 2020. A prevalência teve um aumento de 80%. A professora comentou sobre esse número alarmante.

“Foi um aumento bastante importante. Em 2010 nós tínhamos valores em torno de 18,2% de prevalência de excesso de peso no Estado de Goiás e em 2020 isso aumentou para 32,7%. Então é um aumento extremamente importante”, detalhou Guimarães.

A nutricionista também pontuou algumas hipóteses de ações responsáveis pelo aumento do sobrepeso dos adolescentes de Goiás.

“A primeira questão é em relação ao ambiente alimentar do adolescente. A gente sabe que há um aumento crescente do consumo de alimentos que são ultraprocessados, que são aqueles alimentos prontos para consumo, de mais fácil preparo e que isso é muito comum nessa faixa etária. Consumo de bebidas açucaradas também; as questões relacionadas ao estilo de vida”, pontuou. 

Marília Guimarães ressaltou a influência do estilo de vida em conjunto com a alimentação não saudável para o aumento do sobrepeso.

“A alimentação é um estilo de vida, mas também há o sedentarismo, aqueles jogos que não são mais aqueles esportes ao ar livre e sim em jogos eletrônicos, séries, é um estilo de vida mais sedentário. Então a gente pode atribuir isso como hipótese, tanto em relação ao ambiente alimentar, à alimentação, como também a esse estilo de vida sedentário”, destacou a pesquisadora.

Confira a entrevista completa a partir de 04:12

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