Na última rodada da Série B antes da parada para a Copa do Mundo, o Atlético Goianiense não perdeu só a partida, como perdeu também o técnico. Marcelo Martelotte anunciou após a derrota que, por decisão própria, deixará o comando do Dragão no retorno do time para Goiânia. Bastante desgastado com alguns membros da diretoria, Martelotte deixa o clube com uma campanha razoável no início da Segundona e o título goiano.

O diretor de futebol do clube, Adson Batista, comenta a decisão do treinador e critica a postura do técnico em anunciar sua decisão diretamente ao microfone do repórter Juliano Moreira, de forma exclusiva para a Rádio 730. “Trocar de ares é normal na vida de um profissional, mas a maneira dele de tomar a decisão e declarar diretamente no microfone foi errada, na minha opinião. A gente não pode dar entrevista expondo a vida do clube, profissional tem que ter uma postura diferente”, declara.

Já sobre o desempenho de Martelotte, o diretor elogia o ex-treinador: “Agradeço ele pelo trabalho. Foi um profissional sério, fez um trabalho brilhante no Atlético, e é um treinador de muito futuro. Segurei o Martelotte no cargo mesmo criando desgastes internos no clube porque acreditei no trabalho dele. Infelizmente ele não suportou a pressão que existe no futebol e preferiu sair. Fui informado apenas pelo seu empresário via mensagem, ainda não falei com ele, espero um contato direto”.

Confessando não saber antecipadamente da saída do treinador, Adson já projeta um novo trabalho mesmo antes de definir nomes para substituí-lo: “Quero deixar claro que o Atlético é maior do que tudo isso e não vamos deixar nos abalar. Temos um time bom. Vamos procurar uma nova comissão e dar sequência no nosso trabalho. A gente tem condições de recuperar no campeonato, basta acertar alguns detalhes”, comenta.

Ele aproveita a ocasião para desmentir os boatos de que não se dava bem com Martelotte e fala sobre os cinco meses do técnico no Dragão: “Não posso esconder, tiveram momentos em que ele esteve muito mal no clube. No Goianão ele demorou acertar o time, pensei várias vezes em tomar alguma decisão mais drástica, mas o trabalho foi acontecendo e nós repensamos. Ao contrário do que todos pensavam, eu tinha um relacionamento tranquilo com ele, não havia clima ruim. É um cara muito gente boa, tranquilo”.