O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de investigação da Polícia Federal, participa nesta terça-feira (1º/6) de do Simpósio ‘Desafios ao Equilíbrio entre a Preservação Ambiental e Desenvolvimento Econômico: os casos do Agronegócio, do Saneamento e da Mineração’. O evento é realizado em Goiânia.

Devem participar do simpósio o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, além dos ministros das Minas e Energia, Bento Albuquerque e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (esses por vídeo conferência).

O evento vai abordar o prazo de “encerramento dos lixões” e soluções factíveis. Para a mineração, autoridades escolheram tratar sobre “licenças simplificadas” e “mediação no Direito Ambiental”. Já os produtores rurais terão acesso a informações sobre a utilização do Fosfato e Potássio nacionais.

Os interessados podem acompanhar o evento de maneira remota. Toda a programação será transmitida ao vivo pelos canais do deputado federal Vitor Hugo e da Fecomércio-GO, no Youtube.

INVESTIGAÇÃO

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu nesta segunda-feira (31) a abertura de inquérito para investigar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sob a suspeita dos crimes de advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa. Assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, o pedido foi enviado à ministra Cármen Lúcia, relatora no STF (Supremo Tribunal Federal) de representações que apontam irregularidades na conduta de Salles e outros servidores ligados à pasta.

Salles já é alvo de um inquérito no Supremo, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, sobre suspeita de facilitação a exportação ilegal de madeira. Um dos procedimentos a cargo de Cármen está relacionado à notícia-crime enviada pelo ex-chefe da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, ao Supremo no mês passado.

O policial defendeu a apuração das condutas do ministro e do senador Telmário Mota (Pros-RR) por atrapalhar medidas de fiscalização contra danos ao meio-ambiente. Na notícia-crime, Saraiva faz referência à maior apreensão de madeira da história do Brasil. No documento, o policial diz que Salles dificulta fiscalização ambiental e patrocina interesses privados.

O delegado citou haver indícios de dois crimes: advocacia administrativa e impedir ou embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa. No dia 27 de abril, Cármen despachou o caso para a PGR se manifestar. Entre as providências tomadas, a Procuradoria pediu explicações ao ministro. As justificativas de Salles foram analisadas e consideradas insuficientes para esclarecer o assunto.