O secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, confirmou em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (12), o 4º caso da variante Delta no município. Os quatro casos identificados na cidade são da mesma família: “Um idoso de 67 anos, a esposa com 60 anos e a filha. Ele morreu no domingo (8), já estava grave no momento que a gente confirmou a variante delta, enquanto a esposa e a filha se recuperaram bem. Ontem (11) saiu um novo sequenciamento do esposo da filha, que também confirmou a variante Delta”.

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Alessandro explicou que nenhum dos quatro viajaram recentemente e que a prefeitura ainda não conseguiu identificar o foco da contaminação e, por isso, neste momento, considera a cidade com transmissão comunitária da Delta. “Nós estamos assumindo até por precaução, para servir de alerta para toda população e vamos continuar investigando. Caso a gente identifique o foco, corrigimos a informação, mas dentro do município de Aparecida, nós já estamos trabalhando assumindo que estamos em transmissão comunitária”.

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A partir de agora, a cidade começa a intensificar ações de testagens e sequenciamento genômicos para monitorar a evolução da variante. Conforme os dados atuais, a predominância em Aparecida é da variante P1 e a intenção com as medidas é se preparar caso a Delta se torne a principal cepa na região.

“A variante Delta é muito mais transmissível do que qualquer outra variante que já se originou no mundo. E o que ela tem mostrado, também, é que demanda mais internações. Então pode acontecer de termos muitos casos, com uma pressão sobre o sistema de saúde com uma muito maior de leitos para internação”, declarou.

Apesar do sinal de alerta ligado, o secretário esclareceu que os números do município seguem estáveis, sem subida de casos, internações ou mortes. “O nosso R (taxa de transmissão) está 0.87, a nossa ocupação de leitos de UTI permanece na casa dos 60% e nosso índice de positividade no teste PCR está na faixa de 23%. Então, assim, a gente não percebeu nenhum crescimento de casos no nosso município”.

Com os quatro casos confirmados da variante na cidade, Goiás chega ao total de 11 pessoas contaminadas com a Delta. Outros quatro casos são de moradores de Goiânia – dois deles trabalham em unidades de saúde no Distrito Federal e se contaminaram no local de trabalho e outros dois têm como origem uma viagem internacional.

O nono caso é de um morador do município de Santo Antônio do Descoberto que também trabalha no Distrito Federal e manteve contato com pessoa contaminada. Foram confirmados mais dois casos em residentes de São João D’Aliança, ambos relacionados ao surto de Covid-19 registrado em um hospital do Distrito Federal.

Imunização

O secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, acredita que, agora, cabe ao poder público agilizar a vacinação para mitigar o avanço das variantes da Covid-19. Para evitar casos graves da variante Delta, por exemplo, as duas doses da vacina, que antes já eram necessárias, se tornaram imprescindíveis. “O importante é que todo mundo que está autorizado a vacinar, procure os postos para se imunizar. Não esperem, não protelem. A gente tem percebido que a maioria dos internados que acabam morrendo é de pessoas não vacinadas”.

Uma das preocupações no município é a baixa procura dos mais jovens. Alessandro analisa que isso pode ocorrer pelo fato dos jovens terem sido o grupo mais exposto desde o início da pandemia e que provavelmente contraíram o vírus e imaginam que estão imunes.

“Precisamos ressaltar que você pegar a doença não significa que você está imune. Então mesmo se você contraiu o vírus, espere o fim da doença e vá se vacinar, até porque a imunidade da vacina te garante uma proteção muito maior. Além disso, a ação de vacina não é uma ação só individual, ela é coletiva, ou seja, estou me vacinando, me protegendo, mas estou protegendo toda minha família, a população que me cerca, porque faço uma barreira para conter a transmissão”, finalizou

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: