Um estudo recente do Instituto Trata Brasil revelou que apenas 14 das 100 maiores cidades do Brasil atingiram um nível de desperdício de água considerado adequado, representando menos de 25% do total tratado. Esses resultados destacam uma preocupante realidade, com 20 das cidades avaliadas apresentando perdas na distribuição de água superiores a 50%.
Esta análise, parte integrante da 16ª edição do ranking do saneamento focado nas principais cidades do país, foi conduzida com base nos indicadores fornecidos pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e baseia-se em dados de 2022.
Desde 2009, o Instituto realiza anualmente esse estudo com os maiores municípios brasileiros em termos de população. De acordo com o comunicado divulgado, a escassez de acesso à água potável afeta aproximadamente 32 milhões de pessoas, enquanto cerca de 90 milhões não têm acesso à coleta de esgoto.
Em relação aos dados de saneamento, observa-se um leve aumento na taxa de coleta de esgoto, passando de 55,8% para 56% de 2021 a 2022, enquanto o tratamento avançou de 51,2% para 52,2% no mesmo período. No entanto, ainda são despejadas diariamente mais de 5.200 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza.
Pontuação
Maringá, no Paraná, São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP) lideram o ranking, alcançando pela primeira vez a pontuação máxima, caracterizada pela “universalização do saneamento”, que implica em 99% da população com acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto.
MUNICÍPIO | POSIÇÃO | INDICADOR DE ATENDIMENTO DE ÁGUA | INDICADORES DE ATENDIMENTO DE ESGOTO | INDICADOR DE TRATAMENTO |
Maringá | 1ª | 100,0 | 100,0 | 100,0 |
São José do Rio Preto | 2ª | 100,0 | 93,0 | 91,4 |
Campinas | 3ª | 99,7 | 95,9 | 80,3 |
Limeira | 4ª | 97,0 | 97,0 | 95,9 |
Uberlândia | 5ª | 100,0 | 98,5 | 80,3 |
Niterói | 6ª | 100,0 | 95,5 | 100,0 |
São Paulo | 7ª | 99,3 | 97,3 | 73,1 |
Santos | 8ª | 98,3 | 95,9 | 81,9 |
Cascavel | 9ª | 100,0 | 100,0 | 100,0 |
Ponta Grossa | 10ª | 100,0 | 10,0 | 88,2 |
O Instituto observou uma predominância de cidades das regiões Sudeste (12), Sul (5) e Centro-Oeste (3) entre as 20 melhores classificadas.
Por outro lado, Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Santarém (PA) emergem como as três cidades com os piores níveis de saneamento, com sete das 20 piores classificadas localizadas na região Norte, seis no Nordeste, cinco no Sudeste, uma no Centro-Oeste e uma no Sul.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 06 – Água Potável e Saneamento
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