A empresa Soluções de Serviços Terceirizados, conveniada com a Superintendência de Administração Penitenciária, acaba de contratar novo fornecedor para fazer as refeições dos reeducandos que cumprem pena na comarca de Itajá, no sudoeste goiano, a 413 quilômetros de Goiânia.

A medida foi tomada depois que o promotor de Justiça André Luís Ribeiro Duarte passou a investigar as diversas reclamações sobre problemas com a alimentação, o que culminou com vistoria pessoal e interdição, pela Vigilância Sanitária, do local do antigo fornecedor.

As principais reclamações referiam-se a presença de cabelo, pedra e até formigas nas marmitas, que também eram servidas com carnes cruas e com mau cheiro. Cartas dos reeducandos à direção do presídio denunciam a reutilização de alimentos de um dia para outro, arroz e feijão fora do ponto, e relatam sintomas de fraqueza e mal-estar; documento que foi encaminhado à Promotoria de Justiça local. A própria direção concordou que as reclamações eram procedentes, chegando a entrar em contato com os responsáveis pela confecção das refeições, inclusive pela alimentação não estar de acordo com o cardápio fornecido pela empresa.

O promotor, portanto, abriu um procedimento para fiscalizar e acompanhar o fornecimento de alimentos aos presos. Conforme esclarece o promotor, a alimentação antes era produzida na unidade prisional e, atualmente, é fornecida pela Soluções de Serviços Terceirizados, por meio de convênio. No curso das investigações, ele descobriu que a empresa tinha subcontratado uma parte do serviço e que os problemas apurados ainda persistiam.

Uma vistoria da Vigilância Sanitária, realizada no começo desde mês com a presença do promotor e sua equipe, constatou a precariedade do local onde eram armazenados e distribuídos os alimentos dos internos. Além da falta de higiene, foram encontrados alimentos deteriorados e mal acondicionados.

Do MP-GO