Aos 85 anos, o Papa Bento XVI anunciou hoje sua renúncia de sua função que será oficialmente realizada dia 28 de fevereiro. De acordo com o Bispo Auxiliar de Goiânia, Dom Waldemar Passini, essa decisão foi uma surpresa para toda a comunidade católica, já que isso não ocorria há cerca de 600 anos.

Essa renúncia é prevista na legislação da Igreja, o código de direito canônico prevê a possibilidade do Papa abdicar e não ser questionado sobre a sua decisão. “Nós ficamos admirados pela sua coragem, lucidez e seu amor a Igreja. Em seu comunicado ele diz que toma essa decisão diante de Deus com consciência perante a complexidade do mundo atual e as exigências desse Ministério”, diz Dom Waldemar.

De acordo com nota enviada pela Arquidiocese de Goiânia a decisão, mesmo incomum, é prevista e “um Papa precisa, de fato, ter condições de assumir rotinas diárias austeras e enfrentar grandes temas e questões relevantes da vida da Igreja, bem como de ordem mundial. Bento XVI nos oferece um testemunho de humildade ao reconhecer suas limitações diante de tais exigências”, explica.

De acordo com Dom Waldemar será importante eleger para o próximo papado alguém com a mesma saúde que Bento XVI possuía quando iniciou a sua função. Depois de sua saída a sede de Roma ficará vacante e os 120 cardeais serão convocados para o conclave, incluindo nesse número cinco brasileiros.

Um dos maiores eventos católicos, a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro não será afetado por essa decisão. “Nós temos a certeza que não haverá mudança na programação ou de data, mas teremos outro Papa com juventude no Brasil, esse compromisso é do papado, da Santa Sé, e não exclusivamente de Bento XVI”, ressalta Dom Waldemar.

A presidente do Movimento da Renovação Carismática, Fátima Lúcia comenta que essa foi uma notícia que causou surpresa aos seguidores, porém para ela essa decisão foi consciente. “Esse é um momento que nós temos certeza que essa decisão foi movida pelo Espírito Santo, foi um ato de humildade da parte dele”, fala Fátima.

Dom Waldemar deixa uma mensagem para os fiéis, a qual convida os católicos a admirarem ainda mais o Santo Padre, a confiar que a Igreja está nas mãos de Deus, pede também que sigam com firmeza este caminho no ano da Fé, proclamado pelo Papa e solicita as orações para Bento XVI e pela eleição do sucessor.