Os servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) permanecem em greve. A paralisação das atividades começou em março e está ocorrendo em nível nacional, com adesão de trabalhadores de ao menos 23 estados. As reivindicações dos servidores do instituto são por melhores condições de trabalho. 

A Assistente Social do INSS, Grete Tirloni, que também é diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência de Goiás e Tocantins (Sintfesp – GO/TO), e é integrante do comando de greve em Goiás, concedeu entrevista à Sagres e afirmou que as condições de trabalho no INSS são precárias.

“Há muito tempo estão precárias. Em 2015, tivemos uma greve cuja as pautas que reivindicamos foram basicamente as mesmas. O acordo de greve de 2015 que virou lei não foi cumprido pelo INSS, que vem nos enrolando até então, governo após governo. E hoje a gente vivencia no INSS uma realidade de poucos servidores para atender a enorme demanda que cada dia aumenta mais”, argumentou Grete.

Segundo Tirloni, conforme relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), em 2015 o INSS tinha cerca de 50 mil servidores ativos e, atualmente, o instituto está com menos de 20 mil.

“Já naquela época que foi feito esse estudo, o TCU apontou que para dar conta da demanda daquela época, que era menor que a de hoje, a gente precisaria de no mínimo mais 20 mil servidores. Esse número então caiu, a nossa capacidade de atendimento diminui, e isso tem decorrido na fila dos benefícios. Hoje são cerca de 3 milhões de benefícios no Brasil inteiro e a gente não consegue resolver com essa capacidade de servidores”, afirmou Tirloni.

Segundo a diretora do Sintfesp, os servidores também enfrentam dificuldades para exercerem suas atividades profissionais.

“Também temos sistemas que não funcionam direito, internet ruim nas agências, e hoje a maioria dos trabalhadores que fazem análises estão trabalhando de casa. Então estão em teletrabalho e estão arcando com os custos de internet, de energia e maquinários para trabalhar”. Tirloni disse ainda que os maquinários que o INSS disponibilizou para os servidores levarem para casa não suportam o sistema do próprio instituto.

Questionada sobre os atendimentos durante a paralisação, Grete Tirloni afirmou que as agências estão fechadas e que nem todos os servidores aderiram à greve.

“Em Goiânia as agências estão fechadas, foi um ato que a gente fez para ver se consegue abrir uma mesa de negociação. O que as entidades representativas têm é vontade de encerrar a greve, ninguém gosta de greve, greve é a última instância quando não há negociação. Então, hoje as agências estão fechadas. A adesão em muitas agências é parcial, então tem um ou outro servidor atendendo, mas hoje está tudo fechado”.

A diretora do Sintfesp afirmou que ainda hoje o comando nacional da paralisação se reunirá com o presidente do INSS, em Brasília. Segundo Grete, algumas reivindicações da greve podem ser atendidas diretamente por ele, como metas justas, o atendimento, número de agendamentos adequados, dentre outros pontos. Segundo ela, dependendo da sinalização que ocorrer na reunião por parte do instituto, pode ser que algumas agências abram já amanhã.

Confira a entrevista completa a partir de 36:14

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