TOCANTINS – Natural da Aldeia Cachoeira, em Tocantínia (TO), Ivanete Xerente é a primeira atleta indígena a assinar um contrato profissional no futebol feminino. Aos 16 anos, ela vestiu a camisa do Colégio Estadual Guilherme Dourado, de Araguaína, durante da disputa do Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino, realizado no mês de abril, em Palmas (TO).
Seu desempenho na competição escolar chamou a atenção de observadores e agora a jogadora irá vestir as cores da Ferroviária, equipe do interior de São Paulo que é uma das grandes forças do futebol feminino nacional. O contrato assinado tem duração de cinco anos.
“Fiquei um ano e três meses jogando no clube 100 Limites, onde fui com a mente de querer conquistar algo maior, trabalhei bastante pra isso, e hoje as portas se abriram. Fico feliz em conseguir meu primeiro contrato como profissional, e como primeira indígena do Brasil. Hoje tenho muito orgulho de representar meus povos indígenas no mundo do futebol, e creio que isso é apenas um começo de um grande sonho, de grandes realizações”, declarou Ivanete.
Pai e grande incentivador do talento como atleta, Paulo Cesar agradeceu o apoio de todos os envolvidos para o fortalecimento de Ivanete e sua evolução dentro do futebol.
“Para tudo isso acontecer teve um processo, um deles é o apoio principalmente da família de quebrar essa barreira de ficar meses longe dos pais, em busca de aperfeiçoamento, da exigência no futebol. Agradeço de coração, os envolvidas na formação dela como jogadora em especial ao Deus criador. Ela amadureceu muito cedo e acreditamos que só tem a evoluir como pessoa e jogadora”, explicou.
Apoio
Depois de ser revelada no futebol em sua cidade natal, Tocantínia, Ivanete foi convidada para se mudar para Araguaína, no norte do Tocantins, onde passou a integrar a equipe 100 Limites. Um dos entusiastas da carreira da atleta é Fraudneis Fiomare, apoiador do projeto 100 Limites.
“O sentimento é de realização. É importante porque representa muito não só pro futebol tocantinense feminino, como para a sua etnia para os indígenas, para o Povo Xerente. Eu tenho certeza que a Ivanete está apenas iniciando uma carreira belíssima. A importância desse momento é de transformação porque todo mundo joga o futebol feminino que tem a idade da Ivanete ficou com esse ficou com a Esperança de ver as portas se abrir”, contou.
A equipe do projeto 100 Limites representou a cidade de Araguaína no Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino em parceria com o Colégio Guilherme Dourado e terminou a competição entre as oito melhores do país.
