Fundado no dia 2 de abril de 1937, o Atlético Goianiense completa nesta quinta-feira (2) 83 anos de fundação atravessando um dos melhores momentos de sua história. Nascido da tradição do bairro de Campinas, é o clube mais antigo da capital e o pioneiro em várias conquistas. Além de ser o primeiro campeão goiano, também está marcado por ser o primeiro time do estado a levantar um troféu nacional.

Depois de enfrentar períodos conturbados e com hiatos nas conquistas, o rubro-negro conquistou títulos importantes e nos últimos anos dividiu o protagonismo do futebol da região centro-oeste com o rival Goiás. O aniversário deste ano encerra a melhor década da história do clube. De 2011 para cá são quatro temporadas na Série A, título do Campeonato Brasileiro da Série B em 2016 e quatro troféus do Campeonato Goiano.


Atlético campeão da Série B de 2016 (Foto: Lucas Figueiredo/CBF) 

História e pioneirismo

O Atlético Goianiense foi fundado pelos irmãos Nicanor Gordo, Alberto Alves Gordo e Afonso Gordo, participando também da estruturação do clube Edson Hermano, João de Brito Guimarães, João Batista Gonçalves, Ondomar Sarti e Benjamin Roriz. O primeiro presidente foi Antônio Accioly, dirigente que dá nome ao estádio localizado no bairro de Campinas. Com o Dragão como mascote, o rubro-negro tem nas cores a inspiração do Flamengo e o escuto formatado nos moldes do São Paulo.

Sete anos após sua fundação, conquista o título da primeira edição do Campeonato Goiano disputado em 1944. Também é do Atlético Goianiense o troféu do Torneio da Integração de 1971, primeira conquista nacional do estado. Além disso a equipe rubro-negra foi a primeira a exportar um talento para o futebol do país quando Washington ‘Goiano’, campeão em 44, se transferiu para o Corinthians e marcou história no alvinegro paulista.

Títulos

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Atlético campeão goiano de 2007 (Foto: Divulgação/ACG)

Primeiro campeão estadual, o Dragão acumula 14 títulos do Goianão, incluindo o último conquistado no ano passado com duas vitórias sobre o rival Goiás na grande final. Em âmbito regional destaca-se 1955 e 1957 que foram conquistados de forma invicta.

Quase duas décadas depois o clube voltou a encantar e conquistou o primeiro título nacional do futebol goiano ao levantar o troféu do Torneio da Integração de 1971, competição disputada por 16 equipes de diferentes estados do Brasil.

Depois de anos sabáticos dentro das quatro linhas, o Atlético voltou a assumir o protagonismo no estado com o título goiano de 1985. Cinco anos mais tarde, a taça de campeão do Brasileiro da Série C seria a última conquista do clube no século.

A partir desse momento, a agremiação viveu seu maior intervalo de títulos da história e um dos momentos mais complicados desde a sua fundação.  Rebaixado pela primeira vez em 2000, o “mais querido dos goianos” também viu ameaçado de demolição o Estádio Antônio Accioly.

Mesmo com o título da Divisão de Acesso de 2005, o ressurgimento atleticano teve início com a conquista do Campeonato Goiano de 2007. A vitória de 2 a 1 sobre o rival Goiás no Serra Dourada marcou a ‘virada de chave’ na história do Dragão e o primeiro título do principal dirigente atleticano, o atual presidente Adson Batista. Em diversas entrevistas ele já destacou que “se não fosse aquela conquista, talvez eu não estaria comandando o clube hoje”.

Sob as diretrizes do até então diretor de futebol Adson, o Dragão levantou seu segundo troféu da terceira divisão nacional em 2008. Quatro anos mais tarde, outro título estadual marcante sobre o coirmão esmeraldino. Depois de empate sem gols na primeira partida da final, o Atlético precisava vencer o segundo jogo para sagrar-se campeão. Tudo caminhava para o vice-campeonato até o zagueiro Lino marcar um gol de cabeça aos 48 minutos do segundo tempo.

Depois de dividir as forças com o Goiás no estado, em 2016 veio a principal taça do acervo atleticano: campeão da Série B e vaga garantida para a elite do futebol brasileiro no ano seguinte. O último título conquistado até este aniversário de 83 anos é o Goianão de 2019.

Jogadores que marcaram

Muitos atletas fizeram história vestindo o manto rubro-negro. Na década do seu surgimento, a partir de 1944, destaca-se Washington Goiano, Dido, Tarzan, Roberto, Valdemar Bariani e Tocafundo.

Nos anos de 1950 a 1960 surgiu para o futebol goiano o jogador que mais vestiu a camisa do Atlético na história, o famoso Epitácio que tem 537 partidas registradas defendendo o Dragão campineiro em 15 anos de clube. Apesar de ter chegado ao rubro-negro em 1946, seu maior destaque foi na década seguinte. Além dele também foram importantes Louro, Fábio e Tonho Oscar.

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Epitácio (Foto: Futebol de Goyaz e suas Histórias)

De 1961 a 1970 apenas duas conquistas relevantes: os estaduais de 1964 e 1970. Por outro lado, muitos jogadores fizeram história: Paguetti, Zuíno –que mais tarde também seria treinador do Dragão-, Jair Porrete, Barrica, Amestrado, Luizinho e Bertoldo.

A conquista do Torneio Integração de 1971 deu início a uma década que marcou um intervalo de títulos para o clube, mas que presenciou atletas como Baltazar, Pedro Bala, Dadi e Japão defendendo o rubro-negro nos gramados do estado.

Nos dez anos seguintes o Atlético Goianiense levantou em duas oportunidades o troféu de campeão goiano, em 1985 –encerrando um jejum- e 1988. Foi entre 1981 e 1990 que o clube mais teve jogadores que marcaram história: Valdeir ‘The Flash’, Júlio César ‘Imperador’, Marçal, Leonetti, Célio Gaúcho, Bill, Dick, Fernando Almeida, Willian, Paulo Nelli, Gilson Batata, entre outros.

Importante na conquista do Campeonato Brasileiro da Série C de 1990, Lindomar ganhou destaque nos próximos anos da história atleticana. Além do meio-campista revelado no Dragão, de 1991 a 2000 outros atletas foram marcantes: Romerito, Paulo César Jabuticaba, Sidnei, Varta e Márcio Defendi.

Após quase chegar ao fundo no poço no início do século, o Atlético buscou novamente seus momentos de glória. Na década que se encerrou em 2010 com o clube na Série A do futebol brasileiro, vários jogadores ainda estão vivos na memória dos torcedores: Oscar, Babau, Márcio –segundo da lista com mais jogos pelo clube: 532 partidas-, Jairo, Pituca, Róbston, Weslley, Anaílson, Juninho e Marcão.

Com o clube estruturado e na elite do futebol nacional, 2011 deu início a década mais importante da história atleticana. Muitos jogadores essenciais no ressurgimento iniciado em 2007 e 2008, ainda estiveram presentes em algumas conquistas dos primeiros anos dessa última década.

As quatro temporadas na Série A, os quatro títulos estaduais, a conquista da Série B de 2016 e a campanha do acesso de 2019 fizeram com que alguns jogadores se destacassem e escrevessem seus nomes na história do clube: Pedro Bambu, Lino, Júnior Viçosa, Lino, Magno Cruz, Mike, Kozlinski, Gilvan, Matheus e Jorginho, o ídolo da atual geração de rubro-negros.

Treinadores

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Artur Neto (Foto: Divulgação/ACG)

É recheada a lista de treinadores que contribuíram para o sucesso do time campineiro. Considerado o principal técnico da história do Atlético, Artur Neto conquistou o Goianão de 2007 e em 2009 fez bela campanha na Série B levando o clube à elite do futebol nacional no ano seguinte. Não só as conquistas, mas o estilo de jogo e o DNA ofensivo marcaram a passagem do treinador pelo Dragão.

Além de Artur Neto, destaca-se também Zuíno, Paulo Gonçalves, Hélio Custódio ‘Índio’, Roberto Oliveira, Homero Cavalheiro, Geninho e Marcelo Cabo, técnico estava à frente da equipe no título da segunda divisão nacional em 2016.

Atualidade

Com vaga garantida na Série A de 2020, o Atlético Goianiense liderava e era o principal candidato ao estadual desta temporada. No entanto, com a competição paralisada por conta da pandemia do coronavírus, o rubro-negro terá de buscar seu 15º título goiano muito provavelmente em 2021. A competição estadual ainda não tem marca para ser retomada.

Mesmo com os títulos dos últimos anos, muitos atleticanas consideram a reinauguração do Estádio Antônio Accioly como a grande conquista do clube. Em 2019 o Dragão foi o único time do estado a mandar todas as competições em seu próprio estádio.

No momento as obras estão paralisadas, mas o Castelo do Dragão está sendo reformado para receber as partidas do Brasileirão da Série A. A intenção da diretoria rubro-negra é, a princípio, aumentar a capacidade da praça esportiva para pouco mais de 12.300 torcedores (sentados) e fazer do bairro de Campinas o palco das futuras conquistas.

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Estádio Antônio Accioly em 2019 (Foto: Nathália Freitas/Sagres On)

*Pesquisas com a colaboração de Rafael Bessa, Charlie Pereira e o site Futebol de Goyaz a suas Histórias*

Ouça as mensagens de Evandro Gomes, Edson Rodrigues e Cléber Ferreira para os 83 anos do Atlético Clube Goianiense:

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