Além de paralisar o futebol não só no Brasil, mas também no mundo inteiro, a pandemia do novo coronavírus segue trazendo consequências para os clubes também fora das quatro linhas. Sem jogos, o Atlético Goianiense perdeu praticamente todos os seus patrocinadores e ainda não tem previsão de que receita terá na temporada de 2020.

Por conta das medidas preventivas a proliferação da doença, o rubro-negro precisou paralisar também as obras no Antônio Accioly no dia 24 de março. O Dragão reformava seu estádio para se adequar às exigências da CBF e receber jogos da Série A em Campinas. No entanto, mesmo com a liberação de atividades da construção civil por parte do Governo, a retomada das obras ainda não tem data definida.

“Temos que fazer uma programação mais profunda porque requer um bom investimento e nós não temos essa disponibilidade no momento. Estamos traçando alguns planos, não dá para fazer do dia para a noite e retomar essas obras que são tão importantes para nós”, destacou o presidente rubro-negro, Adson Batista, à Sagres 730.

Estádio Antônio Accioly (Foto: Nathália Freitas/Sagres Online)

O dirigente revelou que o principal entrave é a questão financeira, já que Estadium.bet, empresa que tinha o patrocínio máster do clube e financiava as obras, suspendeu o contrato enquanto as competições não têm previsão de retorno.

“O clube perdeu muita receita, não temos reserva e é uma situação que ninguém esperava. Nós tínhamos uma programação e um planejamento, mas foi tudo por água a baixo. Agora vamos analisar com muito cuidado e equilíbrio, para não trazermos transtornos maiores no futuro”, explicou.

Segundo o vice-presidente Sebastião Santana, que é um dos responsáveis pela obra, o clube vai buscar recursos para pelo menos poder receber jogos sem torcida, já que a tendência é que as partidas sejam com portões fechados no retorno do futebol.

“Acredito que nós teremos que achar uma solução para pelo menos colocar o estádio em condições de jogo, caso daqui um mês o futebol volte e a gente não tenha que jogar no Olímpico e ainda arcar com as despesas de mandar essas partidas lá”, disse.

Antes da interrupção, 70% da reforma projetada já estava concluída e por isso, a expectativa dos dirigentes é entregar o estádio pronto menos de dois meses após o recomeço dos trabalhos.

“Se estivéssemos com o dinheiro necessário para fazer o que resta, gastaríamos de 40 a 50 dias para toda a obra ficar pronta, podendo gastar até menos. O que mais demanda tempo hoje é a parte da iluminação”, afirmou Sebastião Santana.

O empresário revelou a principal dificuldade no momento é finalizar a parte da iluminação que pelas exigências da Confederação Brasileira de Futebol, precisa ter no mínimo 1600 lux.

“O mais caro hoje é a iluminação, nós vamos precisar de mais de R$ 1 milhão para terminar ainda porque estamos na parte de fundação. Todo o resto que são os refletores e as gaiolas onde esses refletores são instalados precisam ser pagos, eles já estão no Brasil, temos contrato, mas é necessário pagar e é onde está ‘pegando’ essa situação. A sala do VAR também precisa ser finalizada, mas é coisa simples e no máximo dez dias a gente termina”.

No entanto Sebastião Santana ressaltou que caso o Atlético consiga colocar o Antônio Accioly para receber jogos sem torcedores, o passo para torna-lo apto à torcida é pequeno.

“Para jogar com público em poucos dias se resolve também porque já está tudo estruturado, terminando de colocar as arquibancadas já que é tudo pré-moldado, então seria uma parte bem rápida”, pontuou o vice-presidente do Dragão.