(Foto: Rubens Salomão / Sagres Online)

O procurador-geral de Justiça, Aylton Flávio Vechi, fez um apelo à população para ficar em casa. Um dia depois do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em cadeia de rádio e TV pedindo o fim do isolamento social e a volta às aulas, o procurador-geral disse em entrevista à Rádio Sagres 730, nesta quarta-feira (25) que as pessoas devem ouvir as autoridades sanitárias, em especial as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

O procurador também destacou o papel da imprensa que, em sua opinião cumpre bem seu papel de levar informações de qualidade a população. “Os meios de comunicação estão tratando de forma responsável as questões que envolvem esse processo essa crise gravíssima com o coronavírus, o que vocês tem feito, informando a sociedade de forma correta, trazendo pessoas que são da área da Medicina, do Ministério Público, os outros Poderes, enfim tudo isso contribuiu para que a sociedade também tenha um pouco de tranquilidade”, disse. “Nós vivemos um momento de muita ansiedade e é preciso que a sociedade bem informada tenha a serenidade para tratar o momento como ele requer. Todos ficando em casa, porque as autoridades, as instituições estão funcionando, o Ministério Público não para, o poder judiciário, o poder executivo, a Assembleia Legislativa, os Tribunais de Contas, ou seja, ninguém para, mas o cidadão sim nós queremos que fique em casa”.

A reunião entre o governador e os demais poderes e órgãos autônomos, marcada para acontecer nesta quarta-feira, foi adiada para o dia 2 de abril, por divergências entre agendas. Será a segunda reunião para discutir o corte de gastos em função da estimativa de queda de 27% na receita do Estado neste ano em função da paralisação das atividades econômicas em função do coronavírus. A primeira ocorreu na sexta-feira (21).

O procurador Aylton Vechi afirmou que não é possível “prever o caos”, mas disse que os órgãos devem se preparar para a possível queda da arrecadação. “Agora trabalhamos com a possível redução de 10% em abril, então temos esse horizonte, dentro do nosso orçamento, acho que é possível começar essa reprogramação”, disse. “Como estaremos em Goiás em dezembro com relação a disseminação do coronavírus? Não dá para saber, assim como não dá para dizer em relação às finanças do Estado, acho que vamos viver um momento crítico como todo cidadão”.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) abriu algumas frentes para combater o coronavírus. O promotor detalhou que ações no Centro de Apoio Operacional reúne áreas técnicas do Ministério Público, na proteção do patrimônio público, na infância e juventude, nos direitos humanos, saúde, consumidor, meio ambiente. Esse Centro de Apoio serve para municiar os promotores de Justiça de elementos e parâmetros para uma atuação no Estado como um todo.

“Estamos acompanhando preços abusivos nos mercados e nos insumos, estamos acompanhando pessoas em situação de rua, na área do consumidor estamos analisando ações no transporte coletivo, acompanhando de perto a criação de barreiras criadas pelos municípios para o trânsito de pessoas e tem acontecido no estado”.

Pelo menos seis municípios implantaram barreiras para impedir acesso de pessoas não residentes. Isso aconteceu em Pirenópolis, Caçu, Silvânia, Caldas Novas, Itumbiara e Niquelândia. O procurador Aylton Vechi afirma que essas barreiras são inconstitucionais, pois a Constituição brasileira garante o direito de ir e vir. “Nosso acompanhamento é no sentido de garantir que o direito de ir e vir do cidadão não seja violado”, disse.

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