O promotor de Justiça de São Domingos de Goiás, Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury, passa bem e já integrava nesta sexta-feira (23) a força-tarefa que apura o atentado sofrido por ele nesta quinta (22). O carro em que Douglas viajava para participar de uma reunião no município de Campos Belos, sofreu uma emboscada por volta das 9 horas da manhã, quando ele reduziu a velocidade para desviar de um grande buraco na pista da GO 110.

Viajaram para acompanhar o caso de perto: o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, o coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal e da Segurança Pública, Bernardo Boclin Borges, o chefe de gabinete da procuradoria-geral, Lauro Machado, e o presidente da Associação Goiana do Ministério Público, Alencar José Vital, os três promotores.

Eles se juntaram hoje aos promotores ligados diretamente à investigação e demais autoridades da Segurança Pública incumbidas do caso que já estavam na região.

O ataque

As informações já confirmadas indicam que o veículo de Douglas foi atingido por um atirador que usava capacete e que estava escondido na margem da rodovia GO 110, estrada que liga os municípios de São Domingos e Campos Belos, quando faltavam cerca de 40 quilômetros para a chegada na cidade.

O promotor contou que agiu rápido e conseguiu escapar, esgueirando pela porta de passageiro do carro. O veículo foi encontrado cerca de três horas depois, por volta das 12 horas, com os sinais de tiros e objetos pessoais de Douglas, que ficou desparecido até o início da noite.

Ele relatou que se arrastou, mas que teve tempo de disparar a arma que utiliza para sua segurança algumas vezes sem preocupação de mirar, com o objetivo de intimidar o atirador até conseguir escapar. Douglas entrou no mato, onde ficou escondido por horas, andando vários quilômetros até encontrar uma estrada vicinal, onde se sentiu em segurança e abordou uma equipe da Polícia Militar que já fazia buscas por ele junto com a Polícia Civil, inclusive pela via aérea.

Integrantes do MP também já estavam na área, saídos de Goiânia e de Belo Horizonte, onde ocorria um encontro de promotores da área de combate ao crime organizado. A força-tarefa foi montada no mesmo dia do atentado, reunindo promotores e agentes do Centro de Segurança, Inteligência e Informação (CSI); do Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco); e das diferentes Polícias.

O carro do promotor foi enviado para o município de Formosa onde será periciado. Douglas foi internado em Campos Belos para se recuperar do susto e para reidratar, mas recebeu alta logo que o PGJ e os assessores o visitaram no hospital por volta das 8h30.

A posição do procurador-geral de Justiça foi de reação firme do MP ao ataque sofrido pelo promotor: “Se o Ministério Público vinha incomodando na região, agora incomodará muito mais. Como procurador-geral estarei no comando da reação porque este foi uma atentado a todos os promotores de Justiça, a toda nossa instituição”, declarou na quinta-feira à noite.

Apoio

Além de a Polícia Federal ter se colocado à disposição da instituição no dia do atentado, o MP também recebeu apoio imediato do governo do Estado por intermédio das diferentes áreas e autoridades da Segurança Pública. O governador Marconi Perillo colocou à disposição delegados, policiais militares e civis, veículos e helicópteros para contribuir com as buscas ao promotor e ao autor do atentado.

Também, por meio da sua assessoria de Imprensa, Marconi manifestou-se, informando que considerou o ataque ao promotor, um ataque a todo o MP, “instituição que se destaca na proteção à cidadania, aos interesses da sociedade”. Ele pontuou ainda que o governo de Goiás tem total interesse em que os responsáveis sejam presos e que seja feita justiça.

Trajetória

O promotor que foi alvo dos tiros já foi agente da PF e delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Aprovado em concurso para promotor do MP-GO, assumiu o cargo em 13 de junho de 2011. Ele foi lotado em São Domingos desde então, onde revelou-se um promotor bastante atuante na região, especialmente no combate aos crimes ambientais, muito comuns no Nordeste Goiano, onde está à frente de diversas medidas para coibir desmatamento, carvoarias, remoção de areia e garimpos ilegais. Douglas também faz parte de uma articulação do Ministério Público para criar um projeto especial para o Nordeste Goiano, visando representar a sociedade local nos problemas comuns entre os municípios.