Perfeccionismo acima do necessário, depreciação da própria imagem e autossabotagem pessoal e profissional são sintomas da Síndrome do Impostor. Se perguntar de onde vem essas ações e ideias é o primeiro passo para identificar se ela está presente no seu psicológico. Por isso, a psicóloga Ariana Fidelis ensina como identificar os sinais da Síndrome do Impostor.

“A Síndrome do Impostor é quando uma pessoa se autodepressia ou autosabota. Ela não se acha capaz de fazer, executar, se comportar por algum motivo, então sempre tem uma inferioridade e ela acha que é inferior às outras pessoas, as situações e em tudo que acontece em torno dela”, conta.

O conceito principal é a inferioridade em relação aos outros, o pensamento cativado num indivíduo que se acha incapaz e menor em qualquer situação da vida. A psicóloga Ariana Fidelis destaca que o processo de inferiorização psicológica começa logo cedo e acompanha todo o desenvolvimento do ser humano.

“A pessoa ao longo dos anos vai se formando assim. Geralmente isso está muito ligado a baixo autoestima, a ansiedade, então mesmo estando capaz ela cria movimentos e fantasias que só ela mesmo acredita, para dizer “eu não sou capaz de estar aqui trabalhando” e “eu não sou capaz de executar tal coisa”, aponta.

Quem é o impostor?

Um impostor é alguém que se aproveita de algo sobre outra pessoa. Por ser um impostor já está pressuposta a existência de uma mentira, uma fraude, qualquer coisa que não seja a verdade ou a realidade. O problema está ligado à insegurança, comum em todas as pessoas, mas desordenada nos indivíduos com a síndrome.

O nome síndrome já indica algo fora da normalidade, nesse caso, então, uma questão de falta de autopercepção e medo de julgamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não inclui a Síndrome do Impostor como um transtorno mental, mas o evento psíquico já é estudado e apontado como um “fenômeno emergente” em pesquisas. 

O estudo “Síndrome do Impostor: Desafios e Prevenções” diz que a Síndrome do Impostor “é um evento psíquico caracterizado por fortes dúvidas sobre si mesmo e suas capacidades, de forma constante”. Portanto, definem os pesquisadores, ela é a incapacidade de internalizar o próprio sucesso e o medo do julgamento de pessoas externas sobre as próprias competências.

Autoconhecimento

Ariana Fidelis diz que as pessoas com a Síndrome do Impostor  normalmente têm problemas com a própria imagem, se comparam com as pessoas mais próximas, com o grupo de amigos e sempre se colocam como inferiores a todos. “Sempre tem aquela sensação de que estou num lugar e alguém vai descobrir, que eu não sou competente para isso”, pontua.

A melhor saída para a síndrome psicológica é o autoconhecimento. A psicóloga afirma que ao perceber a repetição de frases negativas sobre si mesmo, é necessário parar para se questionar. 

“O primeiro passo para o autoconhecimento é se questionar de onde vem isso? E depois porque eu faço isso comigo? De onde eu tirei essas ideias? E aí a pessoa começa esse processo reflexivo. É claro que sozinho é possível, mas com a ajuda de um profissional é melhor e bem mais rápido e eficaz”, afirma.   

Leia mais: