O empate do Goiás com o Fortaleza em 1×1 foi ao mesmo tempo um bom e um mau resultado. Levando em consideração a necessidade do Clube de pontuar para tentar ainda uma fuga do rebaixamento, o resultado foi péssimo. Mas levando em conta o futebol apresentado pelo Goiás, o resultado foi ótimo. Tanto que o Goiás fez 1×0, num belo lance em que o menino Miguel Figueira colocou o atacante Fernandão frente a frente com o goleiro e o atacante com toda categoria colocou a bola na rede.

Como era de se esperar, jogando em casa, o Fortaleza foi pra cima, numa pressão desenfreada nos últimos minutos do primeiro tempo, voltou com o mesmo volume de jogo e acabou empatando a partida com o excelente Wellington Paulista. Duas constatações que parecem lógicas, mostradas no jogo, mas valem registro: o Tadeu continua entre os grandes goleiros brasileiros e o Fernandão é mesmo um reforço. Para o ano que vem, o Verdão não precisa pensar em goleiro e nem em centroavante.

O técnico Augusto César utilizou oito jogadores da base na partida. Uns jogaram à vontade, outros sentiram o peso da camisa profissional, mas todos terão tempo para se acostumar, para começar as competições de 2021, com autoconfiança. Sempre defendi que o Goiás, que tem uma base muito organizada e competente, forme a estrutura do time profissional com os atletas formados no próprio Clube. Tenho razão para isto, pois os maiores times da história do Goiás tiveram nas suas estruturas jogadores vindos da base, somados as contratações pontuais.

Como há chance matemática de fugir do rebaixamento, meu lado sentimental vai torcendo como parafuso sem rosca para que isto ocorra, embora o meu lado racional mostra que o caminho mais certo para o Goiás é o da Série B em 2021. O jogo pegado, ferrado, disputado e jogado fora de casa mostrou que os meninos alviverdes dão conta do recado e juntos com duas ou três contratações pontuais, devolverão o Goiás imediatamente para a Série A.

Em meio a estas considerações vem a informação que o meio-campista Sandro, de passado glorioso no Internacional, Seleção Brasileira e de muito sucesso no futebol do exterior, não gostou de ficar fora do time titular. No seu lugar foi escalado Miguel Figueira. Vamos traçar um paralelo: Sandro está no Goiás desde início da temporada, foi contratado a peso de ouro e entre idas e vindas do departamento médico não fez uma só partida em que figurasse entre os destaques do time.

Miguel Figueira teve duas oportunidades – entrou no jogo contra o Palmeiras, no segundo tempo e fez o gol da vitória; foi titular contra o Fortaleza, quando fez a jogada do gol do Goiás. Ou seja, em um jogo e meio, Figueira produziu muito mais do que o Sandro em toda a temporada.

Mesmo assim o Sandro se viu no direito de não aceitar a reserva e voltou para Goiânia. Tem contrato até o início de dezembro e fosse eu diretor do Goiás, já o mandaria pra casa, mesmo pagando o seu salário, para evitar uma contusão durante um treinamento, o que obrigaria o Goiás a cumprir a lei, reformando o contrato do jogador até a recuperação. Aliás, tem muita gente que o Goiás poderia mandar pra casa antes de encerrar o contrato.

O que conta é que o Goiás está fazendo o trabalho certo e quando o trabalho é feito na forma correta, o bom resultado pode ser esperado.

Então que a dupla Augusto César e Glauber Ramos continue afastando do time titular estes jogadores que tiveram o campeonato inteiro para jogar e não jogaram, mantendo o Goiás na lanterna da competição desde a primeira rodada e escalando os meninos da casa. Por falar na dupla Augusto César e Glauber Ramos, ela vai muito bem.