Quem imaginar que a missão de Paulo Rogério Pinheiro será fácil, na presidência do Goiás, está enganado. Também estão enganados os que acham que as soluções virão imediatamente.

A missão é árdua. O Goiás tem de passar por uma reforma administrativa profunda. Demissões serão necessárias, alterações no organograma administrativo também. Não é possível empreender um novo direcionamento de gestão no Clube sem mexer nestas caixas de marimbondos. Será desgastante, mas Paulo Rogério sabe que precisa enfrentar este desgaste.

O Clube precisa ser saneado financeiramente e mesmo auxiliando muito, a reforma administrativa não será suficiente para tal. A despesa não poderá estar acima da receita e neste caso são necessárias duas ações: reduzir gastos; aumentar a arrecadação. Para esta segunda ação do Goiás, além dos contratos com patrocinadores, o time terá de retomar de vez o caminho retomado provisoriamente a partir da demissão tardia do ex-técnico Enderson Moreira, a valorização dos jogadores formados no próprio Clube.

Esta foi a fonte que agigantou o Goiás no passado. Foram os grandes jogadores formados na base que renderam milhões para a instituição. Vieram desta fonte os recursos que custearam todo o patrimônio que o Goiás tem.

E para formar profissionais valiosos como Zé Teodoro, Luvanor, Uidemar, Carlos Alberto Santos, Lúcio, Túlio Lustosa, Túlio Maravilha entre outros, a base precisa ser melhor disciplinada. Os últimos revelados têm chegado ao profissional prepotentes e alguns, irresponsáveis. Antes de se firmarem já estão estrelinhas. Acho que aí está um dos problemas pelo baixo aproveitamento de jogadores formados no Goiás, na equipe principal.

Outro zelo necessário é a análise de desempenho para as contratações. Antes de realizá-las o Goiás precisa monitorar o atleta, ver o comportamento, o número de jogos feitos e a regularidade. Não se pode contratar pelo currículo e nem por indicação de empresários.
Paulo Rogério já disse que o Goiás será preparado para buscar um título nacional da Série A e participações de destaques nas competições continentais da América do Sul.

Não duvido do alcance destes objetivos traçados e concordo que com a história, a torcida e o patrimônio que o Goiás tem, os objetivos devem ser estes mesmos. Mas só serão alcançados se as medidas que apontei forem tomadas. Também é preciso colocar os pés de alguns alviverdes no chão, tirando deles a soberba.

A missão está aí, Paulo Rogério apareceu como o missionário. Boa sorte ao novo presidente do Goiás.