O Atlético figurou de domingo (22) para segunda-feira (23) na faixa do rebaixamento e alguns desesperados já tocavam o terror em função da situação. Uns por desespero, outros pelo desejo de ver o Clube Campineiro em maus lençóis e as duas espécies com falta de critério.

Embora tivesse com o nome na zona da degola, o Atletico só entraria no Z-4 se deixasse de ganhar do Sport Recife, na Ilha do Retiro, completando a rodada, e o Atlético era o favorito para vencer o jogo, como acabou acontecendo. Foi 1×0, com o gol marcado pelo Janderson, mas poderia ter sido de mais, dada a superioridade do time goiano.

Qual critério apontava o favoritismo do Atlético? As fases que os dois elencos atravessam. O Atlético vinha de um bom empate diante do Flamengo e o Sport de uma derrota vexatória para o Vasco. O Atlético em ascensão e o Sport em queda e estes elementos davam aos críticos a condição de apontar o favoritismo do rubro-negro campineiro.

A vitória foi a segunda partida do técnico Marcelo Cabo no comando da equipe. Os dois jogos foram fora de casa: O Atlético teve aproveitamento de 66,6%, disputou seis pontos e conquistou quatro. Com os três pontos conquistados em Recife o Atlético termina a rodada em 12º lugar na competição, mas a posição na tabela não importa muito.

As contas são mais importantes: o Atlético precisa alcançar 45 pontos para permanecer na Série A para o ano que vem, e já tem 27. Restam então 18, ou seja, mais seis vitórias, para descartar os pontos vindos com os empates.

Mas torcedor é eufórico e já fala em classificação para a disputa da Copa Sul-Americana – este é um objetivo que não foi traçado pela diretoria e se vier será lucro – o objetivo é permanecer na Série A em 2021.

Torcedor é mesmo passional e tem o direito de assim ser. Torcer é coisa do coração e como diz a letra do sucesso Amor de Primavera, gravado pela dupla Di Paulo e Paulino: “Coração que está vencido//Quase nunca tem razão// E a razão que sempre vence nunca teve coração” – sejamos razão e conservemos o equilíbrio.

O Atlético tem elenco suficiente para se manter na Série A, mas não terá facilidade. Vai conhecer derrotas, vai vencer e vai empatar e vai viver a gangorra natural dos times que disputam o meio da tabela.

Se em algum momento o Atlético figurar entre os quatro últimos, não significa que o Atlético está cotado para ser rebaixado, e se se mantiver acima do 17º lugar, não significa que o Clube esteja cotado para se rankear para as competições continentais.

O elenco do Atlético é suficiente para evitar a queda e fica aquém da busca de outros objetivos. Ou seja, não tem motivo para desespero e nem para euforia. O momento é de manter o pé no chão, com equilíbrio, com o foco na permanência que é isto que deve acontecer. Se vier algo mais, ótimo, mas isto já será acréscimo no objetivo traçado.