Numa entrevista à TV Anhanguera, nesta terça feita (7), o prefeito Iris Rezende deixou entender que pode revogar a quarentena de revezamento 14 por 14 no município de Goiânia. O decreto assinado por Iris no dia 30 de junho, atendeu a sugestão do decreto baixado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado de fazer parar todas as atividades não essenciais por 14 dias e reabrir tudo 14 dias depois, para voltar a fechar novamente 14 dias depois. Íris viu que além do controle da pandemia, o poder público tem também a obrigação de zelar pela sobrevivência da população.

A medida que está sendo cumprida gera duas consequências muito graves para a economia e uma delas reflete diretamente na segurança pública. São elas, a quebradeira para os pequenos empresários e o desemprego para os trabalhadores. No caso do desemprego, todos os estudos sociais mostram que quando ele cresce, cresce também o índice de roubo e outras práticas violentas. Naturalmente os cuidados com a proliferação do vírus precisam ser mantidos e a busca pela eficiência das medidas deve ser intensificada, pois o isolamento tem sido adotado desde a chegada do coronavírus e o número de infectado só cresce, gerando o ato repetitivo das autoridades que em 14 dias a curva da testagem positiva começa cair e passados os 14 dias as mesmas palavras são pronunciadas outra vez, nos ouvidos do povo.

O isolamento visto em Goiânia tem sido precário. Bares recebem clientes pelos fundos, com as portas frontais fechadas, distribuidoras de bebidas viram madrugadas com gente acumulada nas calçadas, bebendo e naturalmente sem o uso das máscaras. As agências bancárias que estão com os caixas eletrônicos funcionando normalmente, não têm nenhum controle sobre o número de presentes no compartimento onde os mesmos funcionam e a maioria está sempre lotada, impedindo que o distanciamento mínimo de 1,30 metros seja respeitado e ali, a disponibilização de álcool gel para quem entra e sai nunca foi cumprida por nenhum agência. A fiscalização do uso da máscara, que é obrigatório, não existe e a qualquer hora se vê gente transitando sem as mesmas pelas ruas e os trabalhadores de restaurantes, lanchonetes, pamonharias e similares que atendem por encomenda, quase sempre trabalham sem a máscara e ninguém faz a fiscalização.

O combate a estas práticas com certeza seria uma forma de controle eficiente. O poder público está batendo no motorista parar consertar o caminhão – o motorista vai ficar todo machucado e o caminhão vai continuar com o defeito.

Se já é questionável a ineficiência do poder público na fiscalização das medidas protetivas e a eficiência da forma como o isolamento vem sendo cumprido em Goiânia, maior ainda é quanto à necessidade de proibir os clubes de futebol profissional de treinar no município. Eles vinham provando eficiência no controle da pandemia no grupo de atletas e outros trabalhadores envolvidos nos treinamentos.

O ambiente nos centros de treinamento vinha sendo higienizado com solução desinfectante todos os dias, a temperatura do corpo de cada um que acessa o local sendo aferida e a testagem para a Covid 19 realizada em todas as sextas-feiras. Quem testou positivo foi isolado e o teste foi estendido aos parentes para ver se não havia mais contaminados.

Já falei muito que os clubes vinham fazendo o que o poder público deveria fazer e não faz. Proibidos de treinar nos seus centros de treinamentos a solução foi buscar outros municípios para qualificar os atletas, já que a preparação física (fase de treinamento em que as equipes estão) não pode ser interrompida. O Atlético e Goiás foram para Trindade e o Vila Nova para Santo Antônio de Goiás. Não fosse a trabalheira que dá realizar o transporte de todo o material necessário para o treinamento, há ainda o custo alto desta logística.

Na entrevista dada à TV Anhanguera, após uma semana de fechamento total, o prefeito disse que tem uma forma para controlar a pandemia em Goiânia, conciliando com o funcionamento das atividades econômicas. Não detalhou, mas disse que vai conversar com o governador Ronaldo Caiado para mostrar que o prejuízo tributário e o social estão grandes demais neste modelo de isolamento. De acordo com Iris, depois ele vai adotar o novo sistema. Antes desta entrevista, o prefeito já tinha recebido representantes do Atlético e Vila Nova e se comprometido a autorizar a permanência continuada dos treinamentos dos clubes de futebol, em Goiânia, após o cumprimento dos primeiros 14 dias do isolamento revezado. E penso que será assim
também com as demais atividades.

Falta uma semana para completar os primeiros 14 dias e quando a marca for atingida, vem a flexibilização e tomara que junto com ela, venham medidas mais eficientes para que enfim os casos de contaminação e mortes em Goiânia, epicentro da pandemia, comecem descer a curva.