O Atlético venceu o Ceará e se mantém bem posicionado na classificação da Série A. Foi uma vitória sobre um concorrente direto pelos objetivos possíveis para o Dragão, na competição: 1 – ficar na Série A; 2 – buscar uma vaga para disputar a Copa Sul-Americana.

O placar mais uma vez foi magro: 2×1, mas não vejo motivo para preocupação com o baixo número de gols marcados pelo time campineiro. É preciso lembrar que o Atlético tem o menor orçamento entre os participantes do Brasileirão e joga com times do seu nível e de nível bem superior. Vencer os do seu nível já assegura a permanência na Série A e se conseguir alguns pontos com as equipes que estão acima do seu patamar, certamente entrará na Sul-Americana.

O que não pode é perder jogos para os times que estão na mesma faixa de pontos que ele na tabela. Foi por isto que a derrota para o Goiás significou pouco em termos de disputa – naquele momento o Goiás não estava na disputa pela permanência, mas para sair da lanterna do torneio, como de fato saiu, com o empate em 0x0 contra o Grêmio e a derrota do Botafogo para o Internacional por 2×1.

Goiás e Botafogo têm o mesmo número de pontos, 20, mas o Goiás tem uma vitória a mais que o time carioca.

A vitória por um gol de diferença vale três pontos e por isto não vejo sentido cobrar de um Clube com orçamento tão baixo vitórias expressivas – o importante é vencer. Times que disputam o chamado meio de tabela, entre o oitavo e o décimo sexto lugares, normalmente costumam terminar a competição com saldo de gols negativo. Ganha com pequena diferença dos clubes do mesmo nível e perde com diferença maior, para os gigantes da competição. Esta é uma realidade sempre vista em todas as divisões do Campeonato Brasileiro.

Experiente como é, o presidente Adson Batista sabe que não pode exigir só do técnico Marcelo Cabo que solte o time em busca de placares elásticos, pois fazer isto é colocar os objetivos em risco. Não levar gol é a primeira preocupação, sempre e marcar o número de gols necessários para assegurar os três pontos é a meta final de cada partida.

Com 31 pontos o Atlético é o décimo segundo colocado na competição, tem seis pontos a mais do que o Vasco da Gama, que abre a faixa do rebaixamento com 25 e entre as duas equipes estão o Sport Recife, Bahia e Athletico Paranaense com 28 pontos, e o Fortaleza com 30. Estes números dão tranquilidade ao rubro-negro goiano quanto ao rebaixamento – só uma sequência muito ruim do Atlético e outras muito boas dos clubes que estão na faixa do rebaixamento e aqueles que estão entre o Vasco e ele, para empurrar o Clube Campineiro para a Série B.

A distância técnica entre o pelotão de cima na tabela, com estes times que estão lá embaixo vai reduzir o ponto de corte para a permanência na Série A. No início da competição, aplicando a probabilidade matemática do número de pontos em disputa, em relação ao número de equipes, a estimativa para evitar o rebaixamento era de 45 pontos, mas com o baixo rendimento das equipes que estão na rabeira da tabela, quem assegurar 42 pontos não cai.

No caso do Atlético faltam 11 pontos, ou seja três vitórias e dois empates nos 13 jogos que ainda faltam para terminar o torneio. Com um aproveitamento melhor, com seis vitórias em 13 jogos, o time certamente consegue pontos suficientes para disputar a Copa Sul-Americana. Esta conquista pode vir com menor números de pontos, mas aí já depende do aproveitamento das outras equipes nos seus jogos.