O Goiânia retoma os treinamentos, após a paralisação do Campeonato Goiano, em março, nesta segunda feira, dia 13. O elenco já está em Goiânia e passa pela testagem da Covid-19, como estabelece o protocolo da CBF, para qualquer equipe realizar treinamentos. Enquanto isto, máquinas podem ser vistas na Vila Olímpica realizando melhoramentos que o local precisa, refazendo o que foi desfeito pelo longo tempo de inatividade e fazendo algumas instalações que o local não tinha, mas que precisa ter. E o Goiânia está certo, perdeu muito tempo e agora tem de ter pressa.

A única agenda certa do Galo para o restante do ano é a disputa da Série D, do Campeonato Brasileiro. Poderá ou não ter de jogar o restante do Campeonato Goiano, mas só Deus sabe como isto será conduzido.

A CBF anunciou que a Série D será disputada entre os dias 6 de setembro deste ano e 7 de fevereiro do ano que vem. Por ter vaga assegurada pelo ranking, o Goiânia só entra em campo na segunda fase da competição, ou seja, só joga após o dia 20 de agosto e nem sabe qual será seu primeiro adversário, pois ele sairá de um dos que vão disputar a fase classificatória.

O Galo ainda tem um longo período para a preparação ideal. E precisa chegar na Série D bem preparado, pois o Goiânia não pode ser um mero participante do torneio: é preciso ser um concorrente à vaga para a Série C em 2021. Todo o projeto elaborado pela diretoria comandada pelo empresário Alexandre Godoy passa por esta acensão.

O presidente pretende transformar o Goiânia Esporte Clube em um clube empresa. Na avaliação dele, esta é a única forma de sobrevivência do time, e convenhamos, ele tem razão.

Muito tradicionalista, o Goiânia foi um clube com Conselho Deliberativo fechado para novos conselheiros nos tempos das vacas gordas e não renovou os colaboradores, e quando vieram os tempos das vacas magras, boa parte dos antigos e influentes conselheiros já havia morrido e o Galo não encontrou quem se interessasse pela participação na vida deliberativa do Clube. Alexandre Godoy apareceu há dois anos, colocando sua empresa para patrocinar o time. Pelo que consta, o dinheiro que ele estava destinando não estava sendo bem gasto. Com esta desconfiança ele impôs a condição de ser o presidente, para continuar bancando e sem outra fonte de renda, os poucos conselheiros que o Goiânia tem aprovaram e ele foi eleito.

Com a gestão na mão, viu que os poucos conselheiros não formam número suficiente para bancar o Goiânia. Por isto o plano da transformação da equipe em clube empresa. Para que isto ocorra de forma eficiente, o Galo terá de marcar terreno no futebol brasileiro, pois assim suas ações terão melhor valor na bolsa de negociação com os interessados em investir. A responsabilidade do técnico Finazzi e do seu elenco é grande, pois subindo a equipe para a Série C do ano que vem, darão significativa colaboração para vida da instituição e não subindo, podem colocar o projeto de reerguimento do Clube em banho-maria por mais algum tempo, e o Goiânia não tem tempo a perder.

Além do Goiânia, o estado tem mais duas vagas para a Série D: Goianésia e CRAC. No Goianésia as coisas estão organizadas e a equipe já confirmou a participação. Em Catalão a participação do CRAC ainda é estudada. O poder público municipal está com o caixa vazio em função de duas realidades: a péssima gestão do ex-prefeito Jardel Sebba e a chegada da pandemia. Sendo assim o atual prefeito, Adib Elias já disse que a prefeitura não tem como destinar nenhum recurso para ajudar o time e o Clube está quebrado.

A saída é buscar parceiros na iniciativa privada, mas neste período que antecede o início da Série D, as empresas também passam por crises financeiras por causa do coronavírus e até agora nenhum contrato de vulto foi acertado, e o tempo não para. Logo chega agosto e até lá o time tem de estar montado e preparado para a disputa. Me parece muito difícil que a diretoria do Clube consiga viabilizar a participação.