O Atlético perdeu para o Palmeiras por 3×0 e já começam a circular os extremismos do futebol que leva o clima do céu ao inferno num piscar de olhos. Há uma semana tinha gente falando em possibilidade de buscar uma vaga para a disputa da Libertadores da América, em função da boa sequência de resultados. Após a derrota contra o Palmeiras já tem gente com a mão na cabeça, pedindo a contratação de um técnico, para substituir o trabalho da Comissão Técnica Permanente, comandada pelo Eduardo Souza.

O Atlético fez, como vem fazendo, um bom jogo contra o Palmeiras. Obrigou o goleiro palmeirense Weverton a realizar grandes defesas, sendo ele o jogador mais decisivo em campo, cinco das defesas foram em bolas de muita dificuldade: um chute do Dudu de dentro da pequena área da linha de fundo, um chute cruzado do Janderson, um chute frontal do Chico de dentro da grande área quando recebe uma bola de calcanhar do Zé Roberto, outro chute frontal do Dudu da entrada da pequena área e uma cabeçada do Júnior Brandão.

O Atlético ainda mandou uma bola na trave com o Chico cobrando falta, além de dois erros gritantes do arbitro Sávio Pereira Sampaio: uma prendida de bola entre os dois pés, rodando o corpo com a bola fora de movimento, dentro da pequena área e a regra estabelece que a bola não pode ter seu movimento evitado, que caracteriza falta – falta dentro da área é pênalti, mas o Sávio não teve coragem suficiente para marcar o pênalti contra o Palmeiras.

No outro erro, o Gustavo Scarpa dá uma entrada criminosa no Marlon Freitas, pisando de cima para baixo na canela do jogador atleticano. O árbitro de vídeo chama, ele vê o lance, onde não cabe interpretação com a clarividência da imagem, mas mais uma vez faltou peito ao árbitro para expulsar o jogador do Palmeiras.

O goleiro Jean fez apenas uma grande intervenção numa entrada do Wesley na área e ele evitou o gol.

Os gols do Palmeiras saíram em trapalhadas atleticanas. No primeiro, o estreante Gabriel Baralhas vai para a disputa de uma bola aérea, que não estava no setor dele, mas do Dudu, atrapalha a subida do lateral, ambos perdem o tempo da bola e esta sobra para o Wesley entrar livre e fazer 1×0.

No segundo gol, a bola é atrasada por Marlon Freitas para o goleiro Jean sair jogando com os pés e este, desatento rola a bola para o lado direito do bico da área tentando buscar o lateral Dudu, que estava aberto para receber a saída da bola e não no bico da área. Lá estava o atacante Luiz Adriano que recebeu sozinho e ficou à vontade, cara a cara com o goleiro atleticano, para marcar.

O terceiro gol também foi por falhas. Natanael não marcou o avanço do Rafael Menino que carregou a bola à vontade até o ponto para a passagem para o Luiz Adriano e este, mal marcado pelo Éder na área, deu número finais à partida.

Embora o placar tenha sido dilatado, não espelha o futebol apresentado pelo Atlético, mesmo reconhecendo todo o favoritismo do Palmeiras, uma das equipes que vão disputar a parte de cima da tabela, que tem um dos elencos mais caros do futebol brasileiro.

O Atlético segue agora para o jogo de quarta-feira (28), diante do Internacional, pela Copa do Brasil, e a tendência é que perca o jogo. Não tem comparação entre os dois elencos. O único dos 11 titulares do Atlético que disputaria uma vaga no time titular do Internacional, é o goleiro Jean.

A distância entre entre os dois elencos é imensa. O Internacional investiu na montagem de um time para ser campeão brasileiro e o Atlético montou um time para se manter na Série A. Então os desesperados de plantão já podem ficar preparados para não falar bobagem depois do jogo.

Quando o Atlético ganha, não há motivo para achar que um elenco como o que o clube tem, tem condições para disputar um lugar no G-4, onde se consegue a classificação para disputar a Libertadores da América. Quando perde, não há motivo para achar que um elenco competitivo é suficiente para manter o time na Série A, se tornou o pior do campeonato de uma hora para a outra e tampouco um treinador que dirigiu o time em nove jogos e só perdeu um, precisa ser substituído com urgência.

É preciso ter equilíbrio e conhecimento para não instalar uma crise onde não há necessidade e nem entrar em estágio de euforia por posições que o time não tem condições de alcançar. O Atlético disputa a permanência na Série A para o ano que vem e deve conseguir este objetivo, e quando o objetivo traçado é alcançado é sinal que o trabalho foi vitorioso.