Sagres em OFF
Rubens Salomão

Bolsonaro consultou Exército sobre questionar eleições, mas não encontrou apoio

Antes de abandonar o silêncio após o resultado do segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) consultou militares do Exército Brasileiro sobre a possibilidade de levantar dúvidas ou até questionar na Justiça o resultado das urnas, mas não teve apoio. Nas conversas, ocorridas horas antes do primeiro pronunciamento, o presidente não retomou acusações de suposta fraude, mas argumentou sobre Lula ter sido considerado elegível depois das condenações na Lava Jato, que foram anuladas pelo STF.

Integrantes das Forças Armadas, entretanto, não deram apoio ao presidente e o desmotivaram a seguir nessa investida. Fontes militares ouvidas pela CNN apontam que a sugestão chegou a receber o aval de uma das Forças e negada por outra, além do Exército, o fiel da balança que não endossou a tentativa do presidente. A parte política do governo, comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), também desaconselhou o Bolsonaro a seguir com os questionamentos.

Sobre a própria votação, levantamento do Comitê de Transparência, do qual faz parte o Exército Brasileiro, não encontrou irregularidades nos testes, feitos em 641 urnas, sendo 56 com uso de biometria de eleitores. Militares do Alto Comando do Exército Brasileiro seguem decididos no posicionamento de aceitar o resultado das eleições presidenciais e descartam qualquer possibilidade de intervenção ou golpe. Porém, a instituição não deve se posicionar sobre o assunto. A manifestação, se acontecer, virá do Ministério da Defesa.

Crédito: Agência Brasil

Página virada

Entre os generais de quatro estrelas, o resultado das eleições é considerado página virada e agora os militares já alinham os preparativos para a transição de governo e aguardam a divulgação do nome do novo ministro da Defesa.

Transição

Na semana que vem, os generais que compõem o Alto Comando devem marcar a primeira reunião para apresentar a situação atual da Força e as perspectivas para o ano que vem. A reunião faz parte dos trâmites para a passagem para o próximo governo.

Oposição

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, convocou entrevista coletiva para a próxima terça-feira (8) em que deve anunciar que o partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro concorreu à reeleição fará oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala ocorre após pressão interna de deputados da legenda.

Centro

A intenção é afastar rumores de que o partido já estaria em negociação com o PT, de quem foi um aliado histórico. PL representa um esteio do Centrão, ao lado do PP, e elegeu a maior bancada para a Câmara de Deputados com 99 parlamentares.

Identidade

Com a filiação de Bolsonaro, o PL recebeu bolsonaristas puxadores de votos, mas ainda há os chamados deputados fisiológicos. A estimativa na Executiva do próprio partido é que, dentre os eleitos, mais de 40 estarão dispostos a ajudar o futuro governo, se forem atendidos com cargos e emendas.

Corre por fora

O deputado reeleito Cairo Salim (PSD) passou nesta semana a trabalhar como candidato a presidente da Assembleia Legislativa. O bolsonarista tenta correr por fora da disputa, mais acirrada, entre o ainda vice-governador, Lincoln Tejota, e o atual líder do governo, Bruno Peixoto (ambos do UB).

Demandas

Cairo Salim diz que irá disputar a eleição e que inicia as conversações, ouvindo as principais demandas dos colegas. Ele também pretende agendar conversa direta com o governador Ronaldo Caiado (UB), que esperou passar o segundo turno presidencial para se dedicar às articulações, mas ainda não entrou diretamente no processo.

Pelas beiradas

Outro que aguarda conversa com o governador sobre a disputa é Virmondes Cruvinel (UB). Nome apoiado pelo atual presidente Lissauer Vieira, Virmondes mantém diálogos mais discretos e adota estratégia baseada na paciência.

Viagem

A prefeitura de Goiânia informou por nota que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) vai tirar uma licença de seis dias a partir da próxima quinta-feira (10). Ele fará uma viagem particular Israel. O presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), assumirá no período.

Gastos

O Paço informa que “o prefeito não receberá remuneração referente aos dias em que estiver ausente. Por se tratar de viagem pessoal, o Município também não terá nenhuma despesa”.

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