Restam apenas 11% da cobertura vegetal natural da Caatinga. Segundo um estudo publicado na Scientific Reports, a ação humana é a principal responsável pela degradação do bioma. A pesquisa é assinada por Helder Araújo e Nathália Canassa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Célia Machado da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e Marcelo Tabarelli da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O título do estudo é: “A alteração humana é a principal das mudanças na vegetação na Caatinga”. O bioma utilizado para agricultura e pastagens também possui muitas áreas em processo de desertificação. A vegetação original da Caatinga é de florestas secas (84,6%) e áreas arbustivas (15,3%). Apesar da região se adaptar às altas temperaturas e às chuvas escassas, as modificações pela ocupação de pastagens e agricultura prejudicam a recuperação das florestas, destacou o artigo.

“A agricultura de corte e queima, a pecuária extensiva, o extrativismo predatório e os ciclos de agricultura intensiva, por exemplo, do algodão, converteram grandes extensões de floresta. Hoje essas áreas mantêm algumas destas atividades, mas, principalmente, uma vegetação dominada por arbustos, resultante de estágio de regeneração alternativo e estabilizado, caracterizado como um tipo de degradação florestal”, destaca o artigo.

Recuperação da vegetação natural

Um dos problemas que os pesquisadores apontam como resultado da degradação é o retardamento do crescimento da vegetação. Eles explicam que a falta de matas nativas causa o aumento de ninhos de formiga saúva, que chegam a 3 metros de profundidade e retarda o crescimento de vegetação.

De acordo com o pesquisador  Helder Araújo, é preciso pensar nos serviços ecossistêmicos que a Caatinga oferece para o homem. Ele aponta que a conservação da vegetação do bioma aumenta a produtividade em propriedades rurais e melhora o nível de água no solo. “A restauração e a agropecuária bem feita poderiam reverter o cenário de degradação e pobreza que atualmente marca a Caatinga”, explica.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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