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Rubens Salomão

Caiado avalia derrota de Bolsonaro e diz que ‘democracia está cada vez mais forte’

O governador Ronaldo Caiado (UB) tratou com naturalidade o resultado das urnas no último domingo, que definiram derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato apoiado pelo goiano à presidência da República. Enquanto Bolsonaro insiste no silêncio, Caiado aponta que pretende ter relação respeitosa com o governo federal a partir de 2023, sob o comando do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT), e manter as parcerias necessárias para o Estado, como na Educação, Saúde e Infraestrutura.

“Quando eu fui candidato, se fui eleito, muito bem. Se fui derrotado, nunca responsabilizei terceiros pela minha derrota. Eu sempre as assumi. Então não tem o que explicar. Esse é o jogo democrático e estamos preparados para ele. Ganhamos, ganhamos. Perdemos, perdemos. E o jogo continua, a democracia cada vez mais forte, e vamos nos preparar para as próximas eleições”, disse Caiado em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31). A propósito, o governador afirmou, logo depois do primeiro turno, que a ideia de disputar novamente a presidência não deixa de animá-lo.

Sobre a gestão, Caiado repetiu o tom de nota publicada nas redes sociais logo depois da confirmação do resultado eleitoral, no domingo (30). “Olha, na política, você exige um tratamento respeitoso. Não cabe dizer tranquilo ou intranquilo, tem de ser respeitoso. Eu sou governador do estado de Goiás e sei impor as minhas prerrogativas e os meus direitos, da mesma maneira que cabe ao presidente da República também se comportar como presidente. Aí, sendo de forma respeitosa, tudo se resolve”, disse.

Negociado

Sobre as manifestações de bolsonaristas radicais, que bloqueiam rodovias e pedem intervenção militar, Caiado afirma que o caminho é o da negociação. “Já tomei as devidas providências e todas as estradas já estão autorizando passagem de carros, caminhonetes, ambulâncias e todo produto perecível, de área de atendimento de hospitais, tudo sendo autorizado”, responde.

Conversa

O governador nega a possibilidade de atuação das forças de segurança no sentido de retirar os manifestantes. “Não, está tudo sendo resolvido dentro do bom diálogo”.

Determinação

A Justiça Federal de Goiás proferiu liminar na noite desta segunda-feira (31) em que determina o fim de ações que impeçam ou dificultem o trânsito nas rodovias federais localizadas no Estado de Goiás, sendo obrigatório o imediato cumprimento por parte dos manifestantes. Sob pena de multa de R$ 10 mil por pessoa física participante e de R$ 100 mil por pessoa jurídica que lidere ou preste apoio ao movimento.

Defesa

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que “é assegurado o direito de manifestação, mesmo às margens da rodovia, desde que não cause prejuízo à segurança viária e ao direito de circulação dos demais usuários da rodovia.”

Transição

Em meio ao silêncio de Jair Bolsonaro após a vitória de Lula, integrantes do governo e da equipe do presidente eleito fizeram os primeiros contatos. Nesta segunda (31),o vice-presidente, Hamilton Mourão, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, enviou uma mensagem parabenizando o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB).

Retorno

Alckmin ligou para Mourão depois de receber a mensagem e conversa ocorreu de forma cordial. Depois, no fim da tarde, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, telefonou para o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Indicação

Na conversa, descrita como respeitosa, ele se colocou à disposição para ajudar na transição e afirmou que aguarda orientação de Bolsonaro para indicar a equipe responsável pelo processo. Cabe ao presidente eleito indicar o coordenador, para que a Casa Civil efetive a nomeação.

Data

A posse do novo chefe do Executivo será em 1º de janeiro de 2023. Até lá, a transição prevê que a equipe do presidente eleito tenha informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.

Sem impedimento

A missão internacional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) concluiu que as eleições brasileiras ocorreram de forma segura e confiável. A conclusão do grupo está em relatório preliminar de avaliação do pleito, divulgado ontem.

Credibilidade

De acordo com a entidade, a votação por meio da urna eletrônica é “confiável e credível” e permitiu a contagem célere dos votos. Segundo a CPLP, não há reclamações suscetíveis para colocar em dúvida a transparência do processo de votação.

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