O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) tem evitado embate com Jair Bolsonaro (sem partido), mesmo após o presidente da República ter feito diversas manifestações contra medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19. O presidente tem usado as redes sociais para argumentar sobre os repasses do governo federal aos estados e ainda a apresentação de posicionamento contrário ao fechamento do comércio, como está ocorrendo em cidades da região metropolitana de Goiânia. Ronaldo Caiado argumentou que o momento não é de dar espaço a “polêmica”.
“O que nós precisamos neste momento é que este assunto agora o último espaço que cabe a ele é o da polêmica. O que cabe neste momento é o espaço para nós usarmos todas as forças que temos para convergirmos a um objetivo só, o de salvar vidas”, relatou o governador ao ser questionado pela reportagem da Sagres.
Ronaldo Caiado disse que há cerca de um ano quando medidas passaram a ser adotadas para frear a curva de casos do novo coronavírus, ele havia sido criticado por empresários, mas que agora a situação é diferente, que houve um amadurecimento.
“Você mesmo pode testemunhar que há um ano atrás quando impus as regras a maior resistência que tive foi dos empresários e no entanto, hoje eles estão nos apoiando. As pessoas amadurecem, as pessoas entendem que precisamos de momentos para poder buscar o equilíbrio e conter uma disseminação de um vírus, isso precisamos de todos”, relatou.
Sem citar nomes, o governador disse ainda que não há nada que as contestações sobre distanciamento social, uso de máscara, aglomeração, não são baseadas em fundamento científico, pontos diversas vezes ponderados pelo presidente da República.
“Não existe nada que possa confrontar a ciência que não seja as pessoas diminuírem a capacidade de se deslocar, de as pessoas não se aglomerarem, usarem máscaras e fazerem a higienização das mãos , isso é universal e não há quem possa contestar e se as contestam não tem fundamento científico”, finalizou Ronaldo Caiado.
Carta dos governadores
No entanto, Caiado assinou uma nota pública, ao lado de outros 15 governadores, criticando a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação aos repasses da União para o enfrentamento da Covid-19.
O documento assinado pelos governadores critica o comportamento do presidente quanto as medidas de isolamento social, recentemente reforçadas pelos estados:
“A contenção de aglomerações – preservando ao máximo a atividade econômica, o respeito à ciência e a agilidade na vacinação – constituem o cardápio que deveria estar sendo praticado de forma coordenada pela União na medida em que promove a proteção à vida, o primeiro direito universal de cada ser humano. É nessa direção que nossos esforços e energia devem estar dedicados.
Repasses
Questionado pela reportagem sobre os recursos federais para custeio de leitos de UTI destinados ao tratamento de pacientes com a Covid-19, o governador de Goiás vinha negociando com o Ministério da Saúde.
Segundo Ronaldo Caiado a questão já foi resolvida e o Ministério da Saúde voltará a dar as contrapartidas para o custeio de leitos de UTI dedicados à Covid-19.
“A reunião que aconteceu na última quinta-feira do ministro da SaúdePazuello com os demais secretários de Saude, ele autorizou a habilitação de todos os leitos a partir de janeiro. Todos estão habilitados e o governo federal continuará responsável por arcar com essa parcela junto com os o governos estaduais e municipais”, relatou Caiado.